“Piracema”, uma revista antes do tempo

capa Revista Piracema

Capa da revista “Piracema”, lançada em 1966. (reprodução: Beto Brusantin)

A principal revista que Piracicaba teve foi “Mirante”, criada em 1957 por Renato Wagner, Fued Helou Kraide e Arlindo Romani. Durante muitos anos, teve sucesso absoluto, com colaboradores do nível de Joaquim do Marco, David Antunes, a intelectualidade piracicabana, e fotos de Idálio Filetti e Ary Lacorte. “Mirante” inovou, conseguindo grande projeção, especialmente pela audácia – na época – de suas capas apresentarem fotos de moças da sociedade piracicabana.

Em 1966, surgiu “Piracema”, com uma proposta ainda mais audaciosa: menos artigos e mais reportagens, sendo, de uma certa forma, precursora de “A Província” na busca de, já àquela época, tentar resgatar a memória piracicabana, revivendo temas passionais e esquecidos, como o assissínio do pintor Almeida Júnior, à porta do antigo Grande Hotel. “Piracema” foi a primeira revista piracicabana a adotar a impressão em policromia. (“Mirante” dava cores, mas em “chapado”, impressão superposta.)

Eram diretores de “Piracema” e seus fundadores, os jornalistas Cecílio Elias Netto e João Maffeis Neto, sendo redatores os também jornalistas Antonio Messias Galdino, Clarice de Aguiar Jorge e Márcio Terra. Entre os colaboradores, constavam: João Chiarini, Paulo Chécoli, Antonio Perecin, Alceu Marozzi Righetto. A cobertura fotográfica estava a cargo de dois dos maiores fotógrafos piracicabanos, Idálio Filetti e Cícero Correa dos Santos.

Nesta edição de A Província, publicamos a capa da primeira edição de “Piracema”, uma foto de Idálio Filetti, da então ‘Rainha da Festa do Peixe’, Regina Célia dos Santos, atualmente Regina Célia dos Santos Signorelli. A impressão de “Piracema” – pelo fato de, na época, Piracicaba não ter gráfica que trabalhasse com cores – era feita na Editora Excelsus, em São Paulo.

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