“Se esta rua fosse minha…”

Bambu-2_Pixabai

Bambu. (imagem: Pixabai)

Tem duas ruas, em Piracicaba, que eu gostaria que fossem minhas, para que eu as cobrisse com as pedrinhas de brilhante de minhas fantasias, talvez de meus sonhos mais escondidos. E nem sequer sei o nome delas.

Uma dessas ruas, é aquela que está exatamente atrás do Engenho Central, ainda parcialmente coberta de bambus. Acho que o nome era, antigamente, Rua ou Travessa dos Bambuzais, não tenho certeza. Eu queria que ela fosse minha para que, novamente, se alongasse de bambuzais, toda feita de sombras, de silêncio, de serenidade. Para que, nela, eu pudesse ficar andando solitária e vagabundamente, pensando, pensando, pensando….

A outra rua, eu sei que é uma pequenina travessa e está ali ao lado da Clínica Amalfi. São casinhas pequeninas, apenas um trecho de rua. E aquela rua, se fosse minha, eu transformaria em pequeninas lojas onde se guardassem lembranças de Piracicaba: tijolos de casas derrubadas, dormentes do trem da Sorocabana, potinhos mágicos com água de nossas fontes, gravetos de árvore centenárias….

Mas estou falando besteira. Na verdade, na verdade – e no mais fundo de mim – eu queria, mesmo, que todas as ruas de Piracicaba fossem minhas. O meu é um amor possessivo.

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