Agro é Tech. Agro é Pop. Agro é tudo.

maxresdefault É o que diz a Globo. Tech tem a ver com tecnologia, pop com popular. De fato, grande avanço tecnológico vem acontecendo no campo ultimamente, especialmente para quem tem dinheiro ou empresta do governo para pagar quando e se quiser. Quanto ao pop deve ser pelo fato de que quase tudo o que precisamos e usamos vem do campo. Aliás, sempre veio, porém, antes era mais saudável e sustentável. O que está por trás dessa propaganda que a “malévola” vem veiculando justamente num momento em que a bancada ruralista fincou esporas no Congresso, e a turma do dinheiro se une para tirar o Brasil das mãos dos brasileiros, não sei. Contudo, vindo da Globo ficar esperto é bom, já que a emissora está nem aí com o povo. O que quer, a meu ver, é disseminar sua sórdida ideologia a fim de consolidar seu poder – apesar de ser concessão -, visando hegemonia nos meios de comunicação para servir ao Capital. Portanto, o que é bom para a Globo é ruim para o Brasil. Mas, voltando ao tema agronegócio, deixo claro que nada entendo do assunto, porém tenho considerações a fazer.

Sei que o agronegócio “é hoje a principal locomotiva da economia brasileira. É responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos. O Brasil é o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Lidera o ranking das vendas externas de soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados. As projeções indicam que o país também será o principal pólo mundial de produção de algodão e biocombustíveis, feitos a partir de cana-de-açúcar e óleos vegetais. Milho, arroz, frutas frescas, cacau, castanhas, nozes, além de suínos e pescados, são destaques no agronegócio brasileiro, que emprega atualmente 17,7 milhões de trabalhadores somente no campo. (Portal do Agronegócio).

Ruralistas exigem cada vez mais privilégios. Acham-se salvadores da economia brasileira e dizem matar a fome do mundo. É certo que nos últimos anos milhões deixaram a pobreza. Mas, isso se deve á políticas públicas eficientes como aconteceu nos governos Lula e Dilma. Fome se enfrenta com justiça social e não com armazéns vazando pelo teto. Supermercados estão abarrotados, mas sem dinheiro é ver com o “zóio” e lamber com a testa. Dia desses descartaram toneladas de tomate por quebra de preço. A sede de lucro faz que todos plantem a mesma coisa. Como pode tanta tecnologia se não há logística? Se dizem matar a fome do mundo como explicar mais de 800 milhões de pessoas sem comida na mesa e a volta de brasileiros à miséria, apesar de constantes recordes na produção de grãos? Agro por si só diminui a fome coisa nenhuma. Pelo contrário, aumenta a desigualdade na medida em que sufoca os pequenos, expulsa indígenas, não recolhe taxas públicas, abusa de agrotóxicos e fertilizantes químicos, impacta o campo, explora trabalhadores e detona recursos naturais dos quais multidões tiram sustento.

“No Tocantins, um dos maiores celeiros de grãos do Brasil, 172 mil famílias penam para pôr comida na mesa; número de milionários no Estado cresceu 510% na última década. “Antes a gente plantava arroz, feijão, milho, abóbora. Mas agora não. O espaço está pouco demais por causa das fazendas, estamos cercados”.  (Maria de Lourdes Gomes, 59 anos, 12 filhos – Bolsa Família R$ 110”. Folha 07.06.15).

A perder de vista plantações de soja, cana, algodão, milho, etc. Nenhuma árvore sequer para os pássaros descansarem. Os animais desapareceram. Biomas inteiros foram destruídos. Desertos verdes sem vida. A água tirada de poços ou canalizada de rios agonizantes goteja engordando a safra. Até quando essa miragem se sustentará?

Olacyr de Moraes, o bilionário rei da soja – hoje temos outros – morreu em 2015 doente e sozinho. Seus últimos anos ficaram marcados pela presença de oportunistas. (Folha 21.06.15). Foi a parte que lhe coube neste latifúndio.

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