Bancários aprovam proposta e voltam ao trabalho

Foto: Camila Gandolfi

Foto: Camila Gandolfi

Bancários de nove bancos, de sete cidades, decidiram voltar ao trabalho a partir desta terça-feira (7), após cinco dias de paralisação. O fim da greve foi aprovado por unanimidade em assembleia realizada na sede do Sindban (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região).

A categoria acatou a proposta indicada pelo Comando Nacional dos Bancários, apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na 9ª rodada de negociação que encerrou na madrugada do último sábado, 4, em São Paulo.

As propostas da Fenaban e da Caixa Econômica Federal foram aprovadas por unanimidade, sendo que na votação da proposta do Banco do Brasil houve três rejeições.

“Saímos fortalecidos desta greve, pois em apenas cinco dias de paralisação obtivemos conquistas históricas”, declarou o presidente do Sindban e vereador, José Antonio Fernandes Paiva. “Esse foi o maior aumento real sem escalonamento desde 1995, além disso, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil irão contratar mil funcionários cada um, ainda este ano, e o mesmo número até o fim de 2015. Sem contar com a valorização do piso, da PLR e o reajuste expressivo para o vale-refeição, além de todas as horas extras pagas em dinheiro e a ampliação do vale-cultura”, acrescentou.

Os bancários tiveram o índice de reajuste elevado de 7,35% para 8,5% (aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais. Também reajuste de 8% para 9% (2,5% acima da inflação) nos pisos e, 12,2% no vale refeição. “Ao todo, são mais de 60 cláusulas negociadas pelo Sindicato, nenhuma delas contidas em legislação do trabalho. Todas conquistadas durante esta luta”, concluiu o presidente.

As conquistas da categoria são expressivas. Os bancários receberão a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 90% do salário reajustado em 8,5% mais valor fixo de R$ 1.837,99, limitado ao valor de R$ 9.859,93.

Caso o montante distribuído entre os trabalhadores não chegue a 5% do lucro líquido do banco, o valor será aumentado até atingir esse percentual ou 2,2 salários do empregado (o que chegar primeiro), com teto de R$ 21.691,82.

Além disso, todos receberão a parcela adicional, mantida em 2,2% do lucro líquido dividido igualmente entre os funcionários, até o limite individual de R$ 3.675,98.

A primeira parcela da PLR deve ser paga pelos bancos em até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Já a segunda parcela deve ser paga até dia 2 de março de 2015.

Também não haverá desconto dos dias parados. Os bancários que cumprem jornada de seis horas têm de compensar uma hora por dia, de 15 a 31 de outubro. Já aqueles que trabalham oito horas, compensarão uma hora por dia, entre 15 de outubro e 7 de novembro. “Isso significa que mais da metade das horas paradas serão anistiadas”, acrescentou.

Foram criados mecanismos de proteção ao emprego. As demissões sem justa causa de setembro de 2014 a março de 2015 terão maiores valores de aviso prévio. Os profissionais terão ainda auxílio para requalificação profissional em R$ 1.227,00.

O bancário despedido terá direito à assistência médica e hospitalar, de 60 a 270 dias, de acordo com seu tempo de trabalho.

Haverá ainda na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) uma cláusula que prevê o monitoramento de resultados. A cobrança por metas será feita com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho. O não cumprimento deve ser denunciado ao Sindicato via instrumento de combate ao assédio moral e agora às metas abusivas.

Os trabalhadores afastados por doença ou acidente de trabalho terão direito ao adiantamento do 13º salário na complementação salarial.

Mulheres grávidas ganham a garantia de emprego prevista, sem necessidade de acionar a Justiça no caso de demissão durante a gravidez.

Passa a ser proibido qualquer tipo de comunicação e pressão, seja via torpedo, WhatsApp ou outra ferramenta tecnológica que venha a surgir por meio de celular particular dos bancários.

Entre as demais conquistas estão ainda a proposta da Fenaban em colocar em prática mais dois projetos piloto de Segurança e seminários periódicos para debater novas tecnologias no trabalho bancário.

Aos funcionários do HSBC, banco que teve prejuízo no primeiro semestre de 2014, foi apresentada a proposta de pagar R$ 3 mil de participação nos lucros e resultados, sendo R$ 2 mil junto com a antecipação da PLR dos demais bancários, e outros R$ 1 mil em fevereiro de 2015.

 

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