Cesta básica segue em queda no mês de agosto

downloadO preço médio da Cesta Básica de Piracicaba ICB – ESALQ/FEALQ, calculado pela EJEA, para o mês de agosto, apresentou queda. A variação foi de -2,07% em relação ao mês anterior, passando de R$ 441,15 para R$ 432,03.

As categorias que apresentaram maiores variações foram a de Alimentos e a de Limpeza Doméstica que caíram, respectivamente, 2,29% e 1,82%, passando de R$ 353,02 para R$ 344,94 e de R$ 48,36 para R$ 47,48. A categoria de Higiene também seguiu a tendência da cesta variando -0,41%, passando de R$ 39,77 para R$ 39,61. Os produtos com destaque nesta análise são a batata, o feijão e os ovos.

O preço médio da batata apresentou queda de 31,27% neste mês, passando de R$ 2,21 para R$ 1,51. O tubérculo representa uma das principais culturas do país, tanto em área cultivada, chegando a 170.000ha de plantio, quanto em preferência do consumidor, identificado como 4º alimento mais consumido no mundo. Ao longo do mês, os seus preços apresentaram tendência de queda, sendo apenas uma semana contrária a este cenário. Na primeira semana de agosto, o preço alcançou o valor médio de R$ 1,38/kg, que era o mais baixo desde agosto de 2012, de acordo com os dados do ICB-ESALQ/FEALQ. Essa tendência observada no mês de agosto foi causada pelo pico da colheita que ocorre neste período. O CEPEA-ESALQ/USP estima que até 60% da produção tenha sido ofertada, gerando a queda em seu preço.

No caso do ovo, a queda foi de 5% em relação a julho, passando de R$ 5,13 para R$ 4,87/dúzia no mês de agosto. Segundo o CEPEA/ESALQ-USP, a principal causa foi uma oferta elevada com demanda ainda enfraquecida. Os ovos vermelhos tiveram queda ainda maior. Além da pressão oriunda dos ovos brancos, eles sofrem concorrência dos ovos caipiras. Dados do COOPEAVI mostram que os preços dos ovos caíram pelo quarto mês seguido e os valores médios de agosto acabaram ficando 15,13% abaixo daqueles observados um ano antes. Para tentar solucionar o problema, os produtores estão descartando as poedeiras mais velhas e/ou menos produtivas.

O preço médio do feijão reduziu 7,69% em agosto, passando de R$ 3,75 para R$ 3,46/kg em razão de uma boa safra. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve aumento de 22,7% na produção de feijão em relação ao ano anterior. Neste produto, o estado do Paraná é o maior produtor, seguido de Minas Geais. Em uma entrevista ao Centro de Inteligência do Feijão (CIFeijão), o economista Carlos Alberto Salvador, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), afirmou que – neste ano – a produção paranaense deve ser 21% maior em relação ao ano passado. Segundo ele, desde o início do ano o setor já estava em alerta devido à expectativa de aumento da oferta no mercado interno. No ano passado a situação era inversa, com baixa oferta e alta demanda pelo feijão, explica Pedro Loyola, economista da Faep. “Isso motivou muitos produtores de todo o Brasil a investirem mais na cultura, o que resultou nesta super oferta”.

Segundo Salvador, o excesso certamente contribuiu para queda no preço, que está atualmente abaixo dos valores mínimos estabelecidos pelo governo federal. Se a boa safra não é garantia de altos rendimentos ao agricultor, os consumidores acabam sendo beneficiados.

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