Movimento realiza evento em defesa das mulheres e contra a Reforma da Previdência

ocupO movimento Ocupe O Largo inicia a programação de 2017 com a segunda edição do evento de repúdio a violência às mulheres. Neste sábado (25), a partir das 16 horas, na Praça da Boyes, estão previstas intervenções com o intuito de alertar e cobrar do poder público políticas de acesso a serviços e defesa da população feminina, que além de sofrer com a agressão cotidiana, resultado da cultura machista, está no centro da proposta de reforma da Previdência, do governo federal, que ignora características desta população.

Estão confirmadas, na mesa de debates, a advogada popular Marcela Bragaia; a advogada e representante de movimento das mulheres negras, Lia Moreira; a militante LGBT, Adriana Vieira; a representante do Levante Popular da Juventude, Eula Raissa (Galisteu); e a presidente do Sindicato das Domésticas, Celiza Aparecida Saciloto.

“É simbólico que o primeiro ‘Ocupe’ deste ano aconteça fora do tradicional Largo (dos Pescadores), levando assim o debate político a outros espaços públicos da cidade”, avalia a advogada Danielle Godói. Ele busca também destacar o aspecto histórico da Praça da Boyes. “Não poderíamos começar diferente, ou seja, ocupando um espaço público que foi palco de histórias das mulheres trabalhadoras da desativada fábrica de tecidos”, concluiu.

Como é de costume nos eventos do Ocupe O Largo, também está programadas atividades culturais. Desta vez, haverá o Maracatu Baque Caipira, grafite com Tikka Meszaros, poesia com Camila Giraldi e Rayssa Buschini, a cantora Natália Cabral, assim como a instalação do varal “Um salve das minas”, apresentação de tecido acrobático. Está prevista, ainda, a exibição do documento Telas-Janelas, de Kit Menezes.

A professora Natalia Tucunduva avalia esta edição do Ocupe também a partir dos recentes avanços do governo federal contra os direitos dos trabalhadores, sobretudo as mulheres. “Com a reforma da Previdência, Michel Temer quer impor a nova face da escravidão”, diz. “A reforma ataca diretamente as mulheres trabalhadores e negras. Ao igualar a idade entre homens e mulheres, despreza a tripla jornada desta população”, enfatiza a educadora.

 

HISTÓRICO – Criado em abril de 2015, o movimento Ocupe O Largo surgiu com o intuito de criar intervenções político-culturais, a partir de diálogos entre temas globais e nacionais com a realidade local. No ano passado, ocorreu a primeira edição do evento voltado à defesa das mulheres.

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