Secretaria de Saúde lança protocolo de atendimento ao AVC

A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMS), em parceria com a Santa Casa, lançou nesta segunda-feira, 7, Campanha de Conscientização sobre Acidente Vascular Cerebral (AVC), conforme Linha de Cuidado em Acidente Vascular Cerebral (AVC) da rede de atenção às urgências e emergências do município.

O objetivo da campanha é dar visibilidade pública ao protocolo de atendimento em caso de AVC, bem como divulgar à população uma maneira prática de identificar os sinais da doença e como proceder em caso de sintoma. Além da apresentação do protocolo por profissionais da saúde, será apresentado o cartaz que, numa primeira fase, será fixado em todos os ônibus interurbanos e nas unidades de saúde.

Também foi divulgado um jingle que, em sintonia com o cartaz, traça um paralelo entre as letras que compõem a palavra SAMU para lembrar as formas mais simples de se identificar o AVC (Sorriso,Abraço, Música e Urgência) e a sigla SAMU.

Ou seja, deve-se pedir para à provável vítima de AVC que dê um sorriso, a fim de ver se seu rosto está ou não paralisado. Ela também deve levantar os braços, como se fosse dar um abraço, para verificar se há alteração na força, e repetir uma frase como se fosse uma música, momento em que é possível verificar se a fala está enrolada. Em caso de algum desses sintomas, ligar urgentemente para o 192 pedindo socorro ao SAMU.

O evento contou com a presença do provedor da Santa Casa, Adilson Zampieri, do prefeito Gabriel Ferrato e do secretário de Saúde Pedro Mello. O neurocirurgião dr. Theo Germano Perecin apresentará um painel sobre o AVC no Brasil. A enfermeira Denise Laustechlaege e omédico Orival Macruz explicarão como funciona o protocolo de atendimento na rede SUS, envolvendo o SAMU, as UPAs e a Santa Casa, além das instituições particulares de saúde.

“No início da nossa gestão foi desenvolvido pela equipe da secretaria de Saúde este protocolo de atendimento ao AVC, o que tem permitido oferecer um excelente serviço à população, salvar vidas e reduzir sequelas. O que estamos comemorando agora é habilitação do serviço pelo Ministério da Saúde. Trata-se, portanto, de um sistema que já funciona, mas precisa ser aprimorado, com capacitação e treinamento das equipes envolvidas. Teremos agora alguns recursos extras oriundos do MS para o atendimento à vítima do AVC isquêmico, o que fortalecerá o nosso trabalho, porque tudo era bancado apenas pelo município”, enfatizou o prefeito Gabriel Ferrato.

De acordo com Pedro Mello, a importância do protocolo aprovado pelo MS “está no fato de fortalece a relação entre os parceiros em atuação nessa rede, para que o serviço alcance nível de excelência ao integrar as equipes e a população em prol do paciente com AVC. Assim, a tendência é um atendimento cada vez mais resolutivo e eficiente. E quem mais ganha com isso é a própria população”, observou.

“A proposta é lembrar que o AVC tem tratamento e que vidas podem ser melhoradas quando há mais conscientização e ação por parte da população para o rápido acesso à unidades de saúde. Tudo para proporcionar melhor qualidade de vida à vítima do AVC, caracterizado pelo rompimento (hemorrágico) ou entupimento (isquêmico) dos vasos que levam sangue ao cérebro, paralisando a área sem circulação sanguínea”, disse o médico neurologista Theo Germano Perecin, membro da Sociedade Brasileira de Doenças Cérebro-vasculares e coordenador da Unidade AVC na Santa Casa.

O provedor da Santa Casa, Adilson Zampieri, por sua vez, lembra que a Santa Casa é uma das 46 unidades de saúde habilitadas pelo Ministério da Saúde e referência regional para o atendimento ao SUS na Linha de Cuidado ao AVC. “Estamos certos de que, com a presença e apoio da imprensa, conseguiremos maior visibilidade pública a essas informações, para que as pessoas possam tomar decisões em tempo de reduzir as prováveis sequelas às vítimas de AVC”, disse.

AVC EM NÚMEROS – Estatísticas brasileiras indicam que o AVC é a causa mais frequente de óbito na população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas. No município de Piracicaba, corresponde a uma média de 260 internações hospitalares por ano, com uma taxa de mortalidade de 19,6 a cada 1.000 habitantes nos últimos seis anos.

A mortalidade nos primeiros 30 dias é de 10%, atingindo 40% no primeiro ano pós-evento. A imensa maioria dos sobreviventes necessita de reabilitação para as sequelas neurológicas, sendo que aproximadamente 70% não retornam ao seu trabalho e 30% necessita de auxílio para caminhar.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cada ano, 17 milhões de pessoas tem um AVC no mundo. Destas, 6,5 milhões morrem. É sabido, entretanto, que o atendimento especializado em Unidades de AVC aumenta a chance de boa recuperação em 14%; que o uso de trombolítico aumenta as chances de boa evolução em até 30%, e a trombectomia mecânica aumenta as chances de independência em mais de 50%.

LINHA AVC – A chance de recuperação ocorrem quando o atendimento é prestado em até quatro horas após a ocorrência do AVC, processo que transforma a população em uma grande aliada na luta por um atendimento ágil e adequado, com melhora significativa na qualidade de vida da vítima do AVC.

Nos últimos 15 anos, o advento de novas abordagens da fase aguda dos pacientes com AVC, a terapia trombolítica e os cuidados em Unidades de AVC trouxeram excepcional avanços no tratamento dos pacientes, configurando pelas suas intervenções, melhores resultados prognósticos.

CONSCIENTIZAÇÃO – O AVC pode acontecer com qualquer pessoa de qualquer idade e afeta a todos: sobreviventes, família, amigos, locais de trabalho e comunidades.

ACESSO – A identificação precoce dos sintomas de AVC e o tratamento médico de emergência em Unidade de AVC intensifica consideravelmente a recuperação.

AÇÃO – É muito importante a ação, a promoção e a conscientização para que haja a melhoria do acesso aos tratamentos da doença.

 

 

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