Especialista desmistifica o universo sexual durante a gravidez

downloadDesejo sexual, orgasmo, posições, masturbação, preliminares e preocupação com o bebê na hora do sexo são algumas das principais dúvidas relatadas pelas grávidas durante o pré-natal, segundo a psicóloga e terapeuta sexual da B2 Saúde e Carelink, Maria Cristina de Faria Dias, que desmitifica os tabus e as dúvidas que surgem frequentemente no consultório psicológico.

Além das mudanças cotidianas, psicológicas e físicas, a gravidez altera a rotina pré-estabelecida pelo casal e isso inclui o sexo. Durante essa fase, a mulher fica mais sensível, precisa de acolhimento e a atividade sexual ajuda a aproximar o casal, fazendo com que a grávida sinta-se mais segura. “Sexo não é só penetração, inclui carícias, beijos, afago, momentos prazerosos, conversa sensual no ouvido e boas preliminares”, é o que diz a terapeuta.

Com o sentimento maternal aflorado, o desejo sexual fica alterado para a maioria das mulheres. Segundo uma pesquisa americana, essas mudanças ocorrem trimestralmente. No 1º trimestre da gravidez, o desejo tem uma pequena diminuição. No 2º trimestre, foi constatado o aumento da libido. Já no 3º trimestre, as transformações físicas no corpo da gestante são mais evidentes, acarretando alterações emocionais e autoaceitação. “A ansiedade também é uma questão que interfere no desejo sexual da grávida. Com a proximidade do parto, esse sentimento aumenta e o desejo vai depender de como a mulher está elaborando e passando por todo esse processo”, diz Maria Cristina.

“Manter a vida sexual do casal em todas as fases da gravidez beneficia o casal e a mulher em diversos aspectos. As restrições só acontecem quando houver riscos, possibilidade de aborto ou proibições médicas por outros motivos. É importante estar em dia com as consultas e com a realização do pré-natal”, deixa claro a psicóloga.

A possibilidade de machucar o bebê durante o sexo é uma dúvida frequente entre as grávidas e seus esposos. A terapeuta diz que isso não acontece, pois o pênis não chega ao útero e também não ultrapassa o fundo do canal vaginal.

Sobre as posições, não existe restrição. A mulher deve procurar uma maneira na qual a barriga fique livre e apoiada para não sentir o desconforto da pressão, fazendo com que o casal aproveite ao máximo o momento.

Durante a gravidez, a mulher deve estabelecer momentos prazerosos com carinhos íntimos e isso pode acontecer durante a masturbação. “Em alguns casos o desejo aumenta e às vezes pode se ter o desejo da masturbação que ainda é considerada um tabu entre algumas pessoas”, diz Maria Cristina. Essa prática pode ser mais prazerosa para aquelas mulheres que sentem dor durante a penetração, pois os hormônios interferem na lubrificação e inchaço da vulva e vagina.

Sobre o orgasmo, ela ressalta que não existe risco de indução ao parto para as grávidas sem restrição médica. Vale salientar que durante o clímax, as contrações uterinas do orgasmo podem intensificar as contrações.

 

Pós-parto

Outro momento de questionamentos pertinentes das mulheres acontece dentro do consultório no período pós-parto. A dúvida da maioria é sobre a partir de quando podem voltar a ter relação sexual. Segundo a terapeuta, essa questão depende de mulher para mulher, a penetração geralmente varia de 4, 6 ou mais semanas após o parto.

Carícias sexuais podem acontecer antes, porém é preciso respeitar o processo de cicatrização dos pontos, o útero precisa voltar ao tamanho natural e a mulher deve estar com o psicológico tranquilo para sentir vontade e prazer. “O casal que consegue desenvolver um bom relacionamento sexual fortifica os vínculos afetivos, fortalece o casamento e propicia que a chegada do bebê seja inserida dentro de um ambiente alegre e amável”, conclui.

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