Cheirando mal

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A República fede! Não propriamente a República, mas aqueles que a conduzem. Já repararam com que frequência o Eduardo Cunha é filmado e fotografado tapando o nariz, ou a boca, ou a ambos? De que mau cheiro Cunha quer se imunizar? Será do seu mau hálito? Ou de seu chulé produzido pelo andar gingado de pato manco? Ou, mais provavelmente, o fartum exalado em massa por aquela Câmara, e Congresso e Conselho de Ética em decomposição?

Gente, o Congresso Nacional e seu Conselho de Ética estão podres. Cheiram mal. Suas sessões deveriam ser proibidas para menores de 21 anos. 513 marmanjos revestidos do poder de deputados e 81 senadores, transformando os salões do Congresso em rinha de galo, disputando no braço e no coice e na bicada, cada migalha do poder e suas vantagens. Ministra e Senador desperdiçando o néctar dos deuses apinchado na careca do outro. Nem revelaram a procedência do vinho.  Não há decoro, não há pudor, não há interesse pelo país. É cada um puxando a carniça para o seu lado. O povo?! Que se lixe. Povo é bom pra dar voto, mas, não pra cobrar eficiência e decência.

É uma vergonha! Diante da TV ou da Internet o brasileiro abaixa a cabeça humilhado. E vexado se pergunta: mas, foi pra produzir esse lixo que eu votei?! Não! Não pode ser! Vocês não me representam! Não basta o “Fora Dilma”! É “fora” toda essa corja de aproveitadores e predadores dos valores desse coitado Brasil.

O que se pode esperar de um Congresso que se agacha diante de um tresloucado presidente da Câmara porque lhe deve favores e mercês, ou teme represálias?

 Como aceitar um Conselho de Ética (ou “é-titica”!, Simão) que posterga por oito vezes (por manobras escusas de interessados), a simples decisão de abrir processo para passar a limpo as falcatruas do seu presidente, o da Câmara? Um bando de marmanjos, mal crescidos e mal-educados disputando no tapa e no xingo a “glória” de salvar o seu parceiro de roubalheira e corrupção.

Como faz falta o velho senador Cícero da República Romana posta a perigo pelos Cunha e caterva da época, e desenterrado pela Polícia na recente operação “Catilinária”.

“Até quando, ó Catilina (ó Cunha, ó Renan, ó Dilma, ó Congresso Nacional), até quando abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos esses que a conhecem? Quem, de entre nós, pensas tu que ignoras o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as suas… Ó têmpora, ò mores! Oh, tempos, oh costumes!” (Cícero, Catilinária I) … “Dá-lhe Cícero! Dá-lhe Supremo Tribunal Federal!

Pe. Otto Dana – Diocese de Piracicaba

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