A arte e as pessoas especiais

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Foto: Reprodução Google

Tudo aquilo que foge do considerado “normal” enfrenta algum tipo de preconceito. Acaba por ser marginalizado, isolado, ignorado e esquecido, como se simplesmente não existisse.

Nesse aspecto, qualquer tipo  de deficiência, como visual ou motora, sofre algum tipo de  intolerância pela dificuldade  de lidar com aquilo que não é comum.

A arte do ver já é uma questão complexa para as  pessoas consideradas normais. Amaneira de observar o mundo  de cada um já comporta todo um entendimento da realidade  circundante e o desenvolvimento de um  conhecimento específico, que se fundamenta  na questão do selecionar.

Toda manifestação artística é uma prática da construção de  um olhar e, no caso dos alunos especiais, isso  ocorre de maneira ainda mais  completa e complexa, pois  o trabalho sobre uma  deficiência demanda um  exercício constante de  reconstrução de si mesmo e do próprio ato do desenho.

É interessante observar que, no século XIX, com a ascensão  do espírito romântico, valorizador da liberdade e da emoção, que a sociedade  passou a ter uma maior compreensão com a arte “ diferente”, no sentido de expressão de  mundos individuais.

Assim, pessoas não  convencionais começaram,  quando se expressavam artisticamente, a ser melhor aceitas. Isso as  liberta um pouco do estigma  da diferença, mas mantém os artistas especiais num  mundo ainda de certa forma  obscuro dentro da arte  tradicional.

Os criadores especiais são  infelizmente muitas vezes  vistos apenas como resultado de uma jornada de esforço e com  curiosidade, não pelas suas  qualidades plásticas  intrínsecas.

Encarada de frente, essa questão é essencial para  que, pela arte, a exclusão se torne inclusão; e o diferente, especial.

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