Carnaval com Machado de Assis

Os textos de diferentes autores publicados nesta seção não traduzem, necessariamente, a opinião do site. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Machado-foto-inedita

Foto: Reprodução Google

É carnaval, a fantasia emblemática implantada em nossa alma toma forma e explicitamente desenha na alma o compromisso com a suavidade da vida.

Buscamos, com toda intensidade, escapar da realidade temporariamente como diabo escapa da cruz.

Sabemos que a vida não é só realidade. Tem o seu descanso depois do seu sacrifício. Sua sutileza não é estranha dentro do tempo da verdade.

De outros carnavais, no ápice da juventude, nossas fantasias eram consistentes e brilhava em nosso cotidiano como construção de um instrumento que infiltrava a realidade.

Hoje, passamos os dias carnavalescos relendo a obra completa de Machado de Assis.

A seriedade da vida molda no quadrado de realidade fixa.

Os limites dos passos cansados busca como águias a leveza das alturas com asas das fantasias soltas.

Tudo se resume num final de contemplação, onde a vida passa com suas paisagens e nós como observadores atento abrimos os olhos para coisas da alma.

Nosso carnaval com Machado de Assis é coisa da idade. As folias da vida se fecham, para o prenuncio da sensatez. Seriedade não quer dizer infelicidade. É uma realidade, onde levamos a sério nossas fantasias carnavalescas.

A vida já não é mais uma festa permanente. Seus encantos atuais estão na realização de acontecimentos sérios.

Agora é quarta feira de cinzas. O  meu irmão, o cozinheiro da família prepara uma suculenta e deliciosa bacalhoada para o almoço.

Depois de alimentar a alma com Machado de Assis, buscamos resolver os problemas do corpo numa quarta feira de cinzas de ressacas das fantasias com um abundante almoço apetitoso.

Deixe uma resposta