Casa Aberta
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Não foi por dores de amor que refiz
As paredes e o chão de sete-cores
Fiz das trincas e teto mil sabores
Por vaidade d’um tempo mais feliz
Chamei sinhá, não de réu ou juiz.
E, com lavra cabocla de pintores,
Assustei sinhá com simples valores
Da tapera reerguida da raiz.
Mas sinhá saiu; e fui à procura.
A esmo, procurei meu patuá
Que espantasse a dor de todas as dores.
Oxalá que conserve a minha jura
Que me traga de volta a tal sinhá
E transforme a saudade em divas flores