Delicadeza
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Eis a lua, qual queria
Tão toda cheia de si
Na espera de quando ri
– Aurora da boemia
A terei sempre guardada
Sempre do olhar mais distante
E se quando olhar adiante
Transforme em tudo seu nada
Eis a lua que pediu
De crateras e grinalda
E meu cunho que se esbalda
Por já ver o que não viu
Sei que aprenderá comigo
Que o caminho é mesmo torto
E que o descaminho é morto
Se abandonar o castigo
Eis a lua que lhe quer
Ao antigo me recorro
De saudade inda me morro
Do seu colo de mulher
Tem a rua que morei
Toda mergulhada em lua
Pois, pela calçada nua,
Se vê o que lhe esperei
Eis a lua, Lua enfim
Inspiradora do cântico
Do meu peito mais romântico
Que apenas lhe diz “sim”
Agora, com culpa e dolo
Se lhe vê delicadeza
Deixo a lei da natureza
Consolar o meu consolo.