Dia de Todos os Santos
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No ano 835 D.C., a Igreja Católica romana instituiu a data de 1º de novembro como um feriado para homenagear todos os santos, conhecidos e desconhecidos. Seria uma forma de celebrar os santos e mártires que porventura ficassem esquecidos durante o ano.
Hoje, dia 1º de novembro, é o Dia de Todos os Santos, uma festa em que se celebram os homens e mulheres cujas vidas foram reconhecidamente santas e dignas dos altares. Na Igreja Católica, celebra-se também a comunhão dos santos, não somente pelo seu exemplo de vida e de santidade, mas também pelo sentido de união fraternal e da caridade a que todos somos inspirados a viver.
Para os católicos e demais crentes, esta data significa um lindo chamado à santidade. Somos todos convidados a ser santos, de acordo com a condição de vida de cada pessoa. Eu quero ser santa, você talvez deseje ser santo, todos nós gostaríamos de ser santos e não somos. Porque a carne é fraca e caímos em desgraça em todo momento.
Não é fácil ser santo no mundo de hoje, embora se reconheça a existência dos chamados “santos modernos”, pessoas que se doam, se gastam e se entregam ao serviço de Deus e da fé que professam, muitas vezes no anonimato, realizando um trabalho de amor ao próximo, buscando construir um mundo mais humano e mais justo. Santa Madre Tereza de Calcutá é um exemplo desta beleza de vida devotada ao amor fraternal e à caridade.
Recentemente, fui destratada numa mensagem pela internet. Foi-me dito que nós, católicos, fazemos “barganha” com Deus. Nossas orações, novenas e promessas aos santos seriam meras “negociações” para obtenção de benefícios particulares e especiais.
Então, ao ler que os católicos “pedem coisas” aos que morreram em santidade, veio-me à lembrança uma entrevista que vi na tevê, de um estudioso especialista em vida de santos. O entrevistado sugeriu não fazer pedidos aos santos de praxe, como a Santo Antonio, por exemplo, tido como um grande casamenteiro. Rindo gentilmente, opinou que se façam os pedidos aos santos “menos ocupados”, àqueles de quem ninguém quase se lembra.
Um destes pouco requisitados seria Santo Elesbão. Eu o desconhecia e comecei a investigar sua vida. Elesbão foi um rei católico do século VI, um negro etíope, estimado pelos seus súditos e seu reino propagava a fé cristã. Mas o reino vizinho era chefiado por Dunaan, que promoveu um massacre no qual morreram cerca de quatro mil cristãos. Elesbão declarou guerra a Dunaan e liderou o seu povo, saindo-se vencedor.
Mais tarde, sentindo o chamado de Deus, Elesbão entregou o trono ao seu filho e dividiu seus tesouros com os súditos pobres. Partiu para Jerusalém, onde depositou a coroa real na Igreja do Santo Sepulcro. Retirou-se para o deserto, vivendo como monge contemplativo até sua morte no ano de 555. Sua festa se celebra no dia 27 de outubro.
Que os anjos e santos nos protejam. De forma invisível, trava-se hoje uma batalha da luz contra as trevas. Só os que lutam arduamente pela santidade conseguem entender esta terrível luta. Todos os santos roguem por nós! Amém.