FALA SÉRIO!

Os textos de diferentes autores publicados nesta seção não traduzem, necessariamente, a opinião do site. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

E O CARNAVAL CONTINUA!

Estamos na quarta-feira de cinzas, mas o carnaval em Brasília deve continuar por muito tempo. Realmente, todos concordam que estamos vivendo grave crise politica nos níveis estadual e municipal, mas no federal, o bloco do “Tô Nem Aí com o Povo” é maioria.  Neste “cordão” de irresponsabilidades, poucos se salvam. E poucos mesmo!

Nos poderes executivo e legislativo os desmandos continuam e a maioria, como diz a marchinha, só quer mamar. Infelizmente, chegamos a tal ponto que não dá mais para separar o confete da serpentina. Todos estão no mesmo resto de fim de festa e virou uma gororoba só, misturada com lixo.

Apesar da vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o seu partido não conseguiu se unir e mostrar que mudou. A desconfiança continua generalizada e o PT que tanto combateu a corrupção agora dela se apropriou.

O PMDB ainda não sabe se é oposição ou situação. Quer, na verdade, cargos para continuar mantendo seus afilhados políticos e fazer suas maracutaias.

O PSDB, assumido pela classe média como seu representante, não tem propostas para o país. Aliás, esta é a única coisa que não discute. É um partido que nunca quis fazer oposição, suas lideranças estão envelhecidas e o que parece novo, não consegue apresentar um projeto sério de nação. A oposição que tenta fazer no Congresso Nacional lembra a marchinha que diz: “… eu mato, eu mato, quem lavou minha cueca para fazer pano de prato”.

Aécio Neves, candidato derrotado à presidência, demonstra total desequilíbrio quando ensaia um discurso contra a atual situação politica brasileira. Serra e outros políticos do PSDB são sobejamente conhecidos pela arrogância, prepotência e também estão distantes dos problemas da sociedade.

Os outros partidos, ou seja, mais de 35 – este montante por si só é uma vergonha nacional – são legendas que servem apenas para fazer negociações de apoio em troca de cargos e privilégios. Até na Bahia a folia é mais organizada, apesar da enorme diversidade de bandas e mortalhas.

A reforma politica que poderia mudar esta situação só tem chance de dar certo se partir de entidades representativas da sociedade que, legitimamente, coordenariam um movimento para apresentar um projeto sério, que atendesse os interesses do Brasil e de seu povo, e não de um grupo de políticos que deseja perpetuar seus privilégios.

Deixar a reforma política nas mãos de deputados e senadores é o mesmo que permitir que presidiários façam mudanças do Código Penal. Continuaremos a ser, como Zé Keti e Pereira Matos profetizavam, em 1967, “…mais de mil palhaços no salão.”

Sair nas ruas como um bando de aloprados não resolverá os problemas do Brasil, que são mais profundos. De nada vai adiantar trocar seis por meia dúzia se não tivermos um crescimento estruturado e sólido.

Se nada for feito continuaremos com as mesmas mazelas e nas próximas eleições teremos o festival de baixaria nas mídias sociais: o roto falando do rasgado. O que realmente é importante, que é a discussão do novo projeto politico e social para o Brasil, não pode ficar para a próxima reforma, que nunca chegará.

É hora que acabar com o carnaval que tomou conta da politica nacional. A sociedade deve fazer uma reflexão mais séria sobre o comportamento de seus dirigentes porque, com os personagens que hoje atuam, não temos perspectiva de qualquer tipo de mudança.

Vem para rua, Brasil! Sim! Mas para propor uma mudança estrutural em nossa politica para que a fanfarrice não continue em 2015, 2016, 2017… Fala Sério!

 

Fala Sério! é publicada toda quarta-feira no jornal Tribuna Piracicaba e

no site da Tribuna e de A Província. Também pode ser acessada pelo Facebook: Falasério djalma lima

Deixe uma resposta