Fazendo o dia esperar
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O que quis, fazendo o dia esperar,
Foi achar um leve orvalho de graça
Caindo em nós no banco d’uma praça
Tendo no peito a noite d’um luar.
Ao fechar nossos olhos a dor passa
E leva de vez a voz de chorar
Só, te arquiteto em terras além-mar
Pois mesmo perto, só, sou estilhaça.
Quis, morena, optar pelo apelo
Sabia da minha e da tua dor
Combinei com nosso tempo sem zelo.
E, quando se deu tempo à minha flor,
Se encaixaram em ondas dos teus cabelos
Todas as noites, de Lua e de cor.