Formas de amar

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o confeiteiro

Foto: Reprodução Google

O amor tem numerosas facetas e configurações. Pode-se pensar em possibilidades infinitas e situações inusitadas, comandadas pelos mais variados sentimentos, que vão da posse total do objeto desejado ao desapego de si mesmo para alegrar o outro. Concorrente de Israel ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2019, ‘O confeiteiro’ trata justamente disso.

O enredo aparentemente simples se desdobra em complexidades. Um competente confeiteiro alemão de Berlim e um empresário israelense, casado com um filho em Jerusalém, se conhecem e se apaixonam na Alemanha. O que poderia ser um mais um triângulo amoroso ganha outras proporções.

O empresário falece num acidente de automóvel, e o confeiteiro decide ir para Israel e conhecer a viúva, que tem uma cafeteria. Chegando lá, não apenas acaba trabalhando no local como também se envolve afetiva e sexualmente com ela. Isso ocorre ainda dentro de um cenário, em que ele enfrenta preconceito por ser alemão e não conhecer a tradição kosher, que proíbe, por exemplo, a mistura de carne e leite.

A direção de Ofir Raul Grazier contribui para um ritmo seguro, que apresenta reviravoltas do roteiro significativas, mas suaves. O confeiteiro alemão é movido pelo instinto e pelo destino, sem grandes planejamentos, mas conduzido pelas circunstâncias, que contribuem para um delicado final que aponta para as múltiplas maneiras de amar, longe de ações e pensamentos prontos e consagrados.

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