Ganhos e perdas da vida adulta

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Foto: Reprodução Google

Em tempos de empoderamento feminino, termo que muitos não gostam de usar, o filme ‘Lady Bird’, dirigido por Greta Gerwig, é um oceano de possibilidades de análise. O foco está na jornada de Christine, que prefere ser chamada de Lady Bird (afinal, seu desejo é voar). Ela está no último ano do ensino médio e seu maior objetivo é fazer faculdade longe de casa.

Dificuldades como o preço da universidade e a própria capacidade da jovem de obter boas notas, não fazem Lady Bird desistir. Ao mesmo tempo que lida com isso, passa por diversos rituais de iniciação e de passagem da vida adolescente para a adulta, como o primeiro relacionamento sexual. Ser menina ou ser mulher surgem como questões.

Os melhores momentos são os diálogos entre mãe e filha. Cada fala é marcada por diversos elementos, que vão da falta de paciência, ao tom inadequado, ao diferente valor das palavras e mesmo às entonações de voz que permitem diferentes interpretações. Os silêncios soam igualmente perigosos num campo de minado de incompreensões.

O filme atinge seu objetivo de funcionar como um percurso em que o passado ensino médio serve como base para a vida universitária que se inicia. O processo leva Christine a retomar e reatar seu nome verdadeiro e suas relações com a família. Toda transição surge assim como um processo de inexoráveis ganhos e perdas.

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