LI NA IMPRENSA – PÁGINA 1

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Gastos em campanha para deputados federal e estadual em Piracicaba chegam a R$ 811 mil. Arrecadação atinge montante de R$ 1,3 milhão. Tem candidato com 600 mil pra torrar. Brasil afora só Deus sabe. Dinheiro jogado fora. O povo vota, quem elege é o poder econômico. Que escrúpulos tem quem gasta tanto? Se eleito trabalhará para o povo ou para quem o bancou? Além de bancos, construtoras, etc. empresas de grande porte e indústrias multinacionais com unidades em Piracicaba aparecem como as principais financiadoras das campanhas.  Enquanto no Legislativo – Executivo também – tiverem mais representantes de empresários, latifundiários, banqueiros, ruralistas, empreiteiras que de povo, não avançaremos porque – apesar das exceções – os interesses dessa gente têm nada a ver com um país onde cada cidadão tenha vida decente, pacífica e soberana.  Precisam de doentes para vender remédios e erguer hospitais; de presos para levantar presídios; de sem teto para superfaturar em programas habitacionais; de assalariados, inadimplentes e idosos atolados nos consignados; de trabalhadores semi-escravos para derrubar florestas, plantar capim, cortar cana, explorar minas, habitar alojamentos insalubres e de psicopatas para matar índios e defensores da reforma agrária. Precisam de analfabetos que lhes sejam dóceis, de mulheres que cumpram exaustivas jornadas relegando família e realização pessoal; de papa novelas, dependentes químicos, rejeitados e degredados de si para enricar lobos travestidos de pastores. Existem sim bons candidatos, porém não expostos em faixas coloridas. Elegê-los é nosso dever. Eles serão a água limpa que vai expulsar a suja.

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A Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba não foi utilizada em 43% das sessões. Quando há cerca de cinco anos usei a Tribuna para alertar os parlamentares sobre o avanço das drogas na cidade, foi como mexer num vespeiro; a base aliada me execrou. Durante seguidas sessões comentaram minha fala com deboche, despeito e desprezo. Segundo eles, o que dissera ofendia ao todo poderoso prefeito de então, que para ‘ocupar’ os adolescentes, havia enchido a periferia de campinhos de areia – desses que no sol quente pela o pé e na chuva vira poça. Deu no que deu: “Cidade conta [hoje] com 42,3 mil dependentes químicos, diz Saúde, e 11,5 mil deles dependentes de crack”. (JP 19.08.14). Essa legislatura colhe o que plantou. Até vidro pôs para se proteger da ignara plebe. Falando nisso, acompanhei pelo rádio a sessão camarária do dia 08.09 passado quando rolava discussão sobre Família Acolhedora, serviço municipal executado pela PASCA – aprovado pela própria Câmara. Apesar de boa explanação da técnica responsável, da parte dos vereadores foi um desastre. Quanto mais questionavam mais evidenciavam ignorância sobre o tema. Para quem ganha mais de dez mil por mês, tem cinco assessores e recursos aos montes para desempenhar bem suas funções foi ridículo. Aliás, no dia 23.08 passado, houve um seminário sobre o assunto na Igreja Metodista. Nenhum vereador vi por lá. Não sei como a PASCA caiu numa enroscada dessas de falar onde ninguém dá ouvido.

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Centros urbanos são invadidos por onças e filhote de raposa foi encontrado em quintal. Segundo moradora, ele tentou entrar em casa e foi atacado por cão. Com a palavra os canavieiros que desmataram tudo para produzir combustível “que não agride a natureza” (?); os loteadores clandestinos e o setor imobiliário que, em vez de adensar as cidades, invadem cada vez mais o campo para valorizar terras e provocar especulação; e o povo piracicabano que briga por um gato e se cala frente à destruição de sua flora e extinção de sua fauna.”O grau de civilização de um povo se mede pela forma com a qual trata os animais”. (C.W.Humboldt).

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