Meio ambiente soberano

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A questão do aquecimento global, das mudanças climáticas e das matrizes energéticas utilizadas pelo mundo moderno é, ao mesmo tempo, emergencial e antigo. Não há grande vontade por parte de líderes, políticos, governantes e empresários, mundialmente ou localmente, de resolverem coisa alguma. De modo geral quer-se apenas ganhar dinheiro, fama, poder e eleições. Isso até a água potável acabar e a lama tóxica bater já se sabe onde.

Reuniões, conferências, cúpulas e cimeiras acontecem, aqui e acolá, de tempos em tempos, porém nada muda substancialmente, haja vista. As complicadas consequências são contundentes, de difícil ou impossível reversão.

Há mais de quarenta anos ambientalistas e ecologistas lutam e se desgastam em batalhas (sempre perdidas!), apontando perigos ambientais e melhores caminhos para a humanidade.  Até D. Pedro Segundo, um grande brasileiro, mostrava preocupações com o desmatamento do nosso território, já à época.

Militantes “xiitas”, como gostam de chamar-nos alguns empresários, políticos e técnicos furta-cores ou camaleões, teriam, de fato, conseguido alertar a todos e evitar o desastre criminoso da Samarco. Mas repito, o dinheiro manda e certamente prefere-se uma tragédia terrível a dar-se ouvidos a “fundamentalistas alarmistas”. Pois bem, aí está.

Verdade que nada há de novo no assunto do tema, e todos sabem os pontos nevrálgicos das questões ambientais: do Papa Francisco a pessoas comuns, cidadãos não técnicos em tais áreas, mas que precisam participar de seu próprio destino, passando-se pelo ex-presidente Mujica, Al Gore, pesquisadores sérios, dignos, e por alguns medíocres (ou pior!), independentemente dos títulos que carreguem, mas ninguém ignora os referidos pontos. Nem por isso algo mais assertivo e resolutivo irá acontecer…Infelizmente.

Nesse contexto, e por causa da conferência que se desenrola na Europa sobre o assunto, a reportagem de 06/12/2015 feita pelo jornal A Gazeta de Piracicaba vem ao caso.  Seria, no entanto, mais adequada se baseada em orientações dadas por algum dos nomes que lutam, há décadas, nessa cidade ou nos arredores, pela questão ambiental, sem “camaleonagem”.

Cito alguns desses: Dr. Paulo Kajeyama (ESALQ, eng agrônomo), Dr. Roberto Braga (UNESP), Dr. José Maria Gusman Ferraz (IBAMA, biólogo), Dr. Paulo Figueiredo (UNIMEP, engenheiro especialista em energia), Dr. Paulo Afonso (UNIMEP, jurista), ou mesmo Renato Morgado, (presidente do Imaflora, eng. agrônomo) dentre outros, Dr. Enéas Xavier Jr (advogado). Enfim, havia vários nomes possíveis, e teria sido adequado escolher-se um que não defenda a criação e disseminação arriscada de animal transgênico (falo do mosquito) por aí. Isso porque os títulos são importantes mas podem bem iludir, e em questões da natureza, do meio ambiente, cem por cento de coerência é absolutamente fundamental.

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