Não há remédio para essa gente

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downloadNossos vereadores, com certa honrosa exceção, estão sendo campeões na arte de conseguirem a antipatia popular e de infringirem normas de bom tom e alguns regulamentos. Pouco lhes importa.

Defendem ou pensam defender com unhas e dentes suas posições, seus salários, seus jantares e ceias, seu poder enfim. Ridiculamente também mostram autoritarismo e medo excessivos. Alguns protagonizam cenas de ridícula histeria.

Certamente contam com a suposta ignorância e alienação de seu eleitorado. Sempre esperam ser mais uma vez reeleitos, mais uma e mais outra. Alguns, de fato, infelizmente ainda o foram. Por outro lado, dificilmente conseguirão galgar os tão ambicionados degraus, geralmente pouco limpos e lustrosos, das escadarias da política estadual e nacional, pela qual, copiosamente, babam.

Na noite do dia 12/09, o movimento Reaja Piracicaba deu lição belíssima de organização e de cidadania, de coragem, de inteligência e de classe. Mesmo cerceado, cercado por quase todos os policiais da cidade que, talvez a contragosto, foram convocados para lá estar, deixando assim os bairros descobertos e sem proteção, por obra mais uma vez de nossos laboriosos representantes da câmara, o Reaja roubou a cena, arrasou.

A centena de representantes do movimento sentou-se fora e tomou a rua. Deu voz a seus justos anseios. Falou e seu som repercutiu nos arredores, repercutiu além. Foi bonito e intenso.

Dentro da “ casa de leis”, por detrás das grades, dos vidros, dos policiais, dos seus assessores assalariados, dos escudos e aparatos, os representantes, que se mostram tão pouco representativos ( uma vez que se recusaram a receber um documento com vinte e cinco mil assinaturas e que impediram de pessoa, regularmente inscrita, ocupar a Tribuna Popular) mais pareciam pobres seres enjaulados, numa situação bufa, loucos pra saberem o que se passava lá fora! E lá fora, na vibração emocionante da noite, sob a lua, ninguém quis saber de nada o que ocorria lá dentro. Aliás, a gente já sabe.

1 comentário

  1. Andrea R. Martins Corrêa em 14/09/2013 às 10:40

    É isso mesmo Eloah, Walter Benjamin, filósofo, já disse muito sobre o valor da minoria. Nem sempre é o número de pessoas que faz a diferença na política, não precisa de muita gente, pois um grupo pequeno e forte, é capaz de acabar mobilizando multidões. Talvez esse seja o grande temor!

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