O drama da solidão

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Chuchotage

Foto: Reprodução Google

Há filmes que maravilham por erguerem perguntas sobre o significado da vida. Isso pode ser feito de maneira complexa, com horas de duração e complexos personagens ou por meio de um curta metragem, numa história aparentemente simples. A segunda vertente é a do filme húngaro ‘Chuchotage’ (‘Cochicho’).

Durante um evento empresarial em Praga, dois intérpretes simultâneos, em sua cabine, sabem que traduzem as palestras do húngaro para o inglês apara um ouvinte, sem saber sexo ou aparência. Começa então um jogo entre os dois para descobrir quem é e como encantar essa pessoa.

Premiado, elogiado e indicado para o Oscar 2019, o curta nos entrega muito mais do que parece oferecer num primeiro momento. A disputa verbal entre os dois profissionais para conquistar a atenção de seu único ouvinte revela muito das capacidades e incapacidades humanas de lidar com aceitações e rejeições.

O curta traz à tona uma questão tão essencial quanto esquecida: a solidão. Ela vem da carência de verdade nas relações humanas. Vem ainda dos discursos falsos daqueles que pregam o amor entre as pessoas quando, na verdade, pensam apenas em si mesmos. ‘Cochicho’ não traz muita esperança, mas resgata o valor do encantamento das palavras.

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