O velho e o Bar

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cerveja

Foto: Reprodução Google

Ernest Hemingway, laureado literato americano, escreveu sua, talvez, maior obra em Cuba no ano de 1951. Posteriormente foi filmada, com magistral interpretação de Spencer Tracy, no papel do velho pescador. Para mim seu “adversário”, o Marlin, foi o “herói” da história, cruelmente assassinado pelo velho! Com requintes de crueldade e covardia como soe acontecer com o homem! Neste texto o protagonista é o Bar! O Bar é “eterno”! Seus clientes são meros coadjuvantes! Passam! O Bar, fica! Ele é um altar onde seguidores de Baco se divertem e fazem História.

Sempre gostei de Bares! O que é um Bar? Bar, com B maiúsculo é aquele que empolga! Como era o Bar Brahma, em São Paulo! Pequeno e especial. Hoje é grande e comum! Bar era o “Arapuca do Helio” em Piracicaba! O próprio “Bar das Putas”, na Consolação, já não é o mesmo, nem no nome! No Rio conheci bons bares, mas os Bares, ainda não. Mas o Bar a que vou me referir, doravante, será o “Arapuca” de Piracicaba. Por que? Simplesmente porque sou um de seus fundadores! Nos idos de março de 66 ou 67 íamos, alguns amigos, ver os jogos do XV, no “Barão se Serra Negra” e na volta parávamos no bar do Bigeto.

Bigeto era um grande cozinheiro, mas o bar era ruim! Um dos convivas era Chico Toledo, que propô s mudança, “só pra experimentar”, a casa de Hélio Pecorari, na Rua do Porto. Às  vezes ele e seu cunhado fritavam camarões, enormes, ou bistecas na grelha que eram servidas com cervejas muito geladas! Era tão bom que em pouco tempo o lugar “ficou pequeno”! Foi necessária a construção de pequeno bar, na esquina de baixo! Graças à colaboração de Seu Paulo e Alaide, irmão e esposa de Hélio, respectivamente, a coisa progrediu! Hoje é lugar badalado mas deixou de ser Bar! Freqüentamo-lo por mais de 30 anos!! Toda quarta e sábado, a partir das 16 horas! Éramos 7: Dr. Graner, Catedrático de Agricultura Especial e Genética Aplicada da ESALQ, Chico Toledo, Vadinho Godoy e eu, Professores Assistentes dele.  Reinaldo Godoy, Professor de Engenharia Rural, Paulinho Carneiro, Cirurgião Dentista e Afonso Pa checo. Mais tarde outros se juntaram ao grupo. Hoje sobrevivem Paulinho, Nena (Roberto Simionato), Rodolfo Godoy (irmão de Reinaldo), Luiz Trovão e eu! Tínhamos mesa cativa! Os garçons eram figuras muito especiais, como convém aos da classe! Careca, que tinha enorme topete e uma mulher magnífica, Maria Helena! E, também, um Vira bosta amestrado que percorria as mesas fazendo proezas para agradar os fregueses. Foi roubado! Joãozinho, outra figura que nos serviu por muito tempo. Intercalava com nossas cervejas vodkas sub-reptícias que tomava aos poucos. Histórias incríveis, surreais, dignas de um livro (quem sabe???) tiveram como palco a Arapuca! Mas, como é praxe, começou a decadência! Passamos a alternar as idas com a única choparia de Piracicaba, a do Jair, no Largo do Mercado. As outras eram “choperias”, galicismo insuportável!

2 comentários

  1. Homero José Rochelle em 30/06/2019 às 18:47

    Parabéns pelas lembranças, Dr. Jairo. Vale o dito: ” Há Bares que vêm pra bem.”

  2. Jairo T. M. Abrahão em 02/07/2019 às 12:00

    Olá, Homero. Obrigado pelas palavras tão gentis. Mas você é Rochelle de que ascendência? Edson? Ou Luiz Antonio?

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