Questões contemporâneas

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Foto: Reprodução Google

O filme “Um ato de esperança”, com atuação excepcional de Emma Thompson, no papel de uma juíza inglesa que enfrenta, no mínimo três questões essenciais do mundo contemporâneo, é um exercício de enorme riqueza intelectual para entender melhor o cotidiano que estamos vivendo.

Dirigido por Richard Eyre, o filme trabalha em várias dimensões. Duas delas são vistas rapidamente: a decisão da magistrada de autorizar, perante a morte iminente de gêmeos siameses, a morte de um para permitir a salvação do outro; e a crise do casamento da personagem perante um cotidiano estressante de atividade que a consomem 24 horas sete dias por semana.

O eixo central está na polêmica decisão da juíza de autorizar um hospital a fazer uma transfusão de sangue em um jovem menor idade que sofre de leucemia e que, Testemunha de Jeová, manifesta-se contra o procedimento. A discussão sobre o próprio sentido da vida nos breves diálogos entre ela e o rapaz valem o filme.

O que está em jogo é um universo de concepções existenciais e visões de mudo que permeiam a cultura e a religião. Qualquer resposta simplista torna-se uma agressão à vida e aos seus ônus e bônus. Os maniqueísmos e a conjunção “ou” podem ser substituídos pelo “e/ou”, ou seja, escolher sobre a própria vida e/ou morte deve passar sempre pela avaliação da capacidade de cada indivíduo tomar essa decisão. E essa discussão é de rara delicadeza e complexidade.

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