Realidade caótica

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Cafarnaum

Foto: Reprodução Google

Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2019 e vencedor do Prêmio do Júri em Cannes, “Cafarnaúm”, obra libanesa de Nadine Labaki, é uma narrativa que que obriga a pensar e repensar o mundo contemporâneo sob a ótica da miséria financeira e existencial de boa parte da população mundial.

O enredo tem como eixo um menino de 12 anos sem documentos que, após ser preso por tentativa de assassinato do marido que levou a sua irmã à morte, move um processo contra os pais para que eles não tenham mais filhos, já que não souberam cuidar daqueles que geraram.

Mas a história está muito além disso, pois o menino fugira de casa justamente quando os forçaram a irmã de 11 anos a contrair casamento com quem seria seu algoz. E, nas ruas de uma cidade que parece um labirinto, principalmente quando filmada do alto, envolve-se com refugiados de diversas procedências.

Pelo sonho de fugir daquela realidade (“Cafarnaúm” significa “caos”), chega a vender um filho de uma refugiada africana. Os personagens vivem situações-limite durante trajetórias repletas de desesperança em que parece haver pouca possibilidade de redenção, pois a fome, a miséria e o desespero espreitam a cada esquina.

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