Refazer os Caminhos

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(imagem de Tumisu, por Pixabay)

Cultivar o bom ânimo, os pensamentos saudáveis, as ações produtivas, acreditando naquilo que estamos realizando, colabora para o equilíbrio, o reequilíbrio e o bem-estar do corpo e do espírito.

A impaciência, por sua vez, desequilibra os processos internos e externos da natureza que existe em cada um de nós e, muitas vezes, altera nosso modo de ver e enfrentar as dificuldades do cotidiano.

Optar por uma ou outra postura comportamental e mental depende de cada pessoa.

A ciência estuda essa questão e apresenta dados que demonstram que o ser humano é mais propenso à impaciência, à ansiedade, ao pontuar que 80% (oitenta por cento) das pessoas sofrem, se martirizam, pensando em questões ou fatos passados; 15% (quinze por cento) com eventos futuros; e, apenas 5% (cinco por cento) das pessoas vive com vigor o momento presente.

De um lado, a humanidade se esquece que se erramos, já é passado e agora, reconhecendo o erro, temos a chance de remediar esse equívoco. A consciência de culpa trará a insegurança, sendo obrigatório que busquemos nossa reabilitação. De outro lado, se temos de enfrentar algo desafiador no futuro, devemos nos preparar agora para esse momento que virá.

A estatística também evidencia que, ao ficar remoendo o passado ou procurando imaginar o que vai acontecer no futuro, 95% (noventa e cinco por cento) dos quase 8 (oito) bilhões de habitantes encarnados no planeta desperdiçam tempo precioso e criam verdadeiros conflitos internos que acabam por causar uma grande aflição comportamental.

Isso gera um crescente processo de ansiedade e as pessoas se perturbam e se desequilibram, perturbando e desequilibrando aqueles que as rodeiam.

Ocorre que a ansiedade é a falta de segurança nos desígnios divinos, de modo que, ao ficar preso ao passado ou buscar se precipitar a imaginar o futuro, as pessoas se esquecem que a trajetória da vida é construída com o desenvolvimento dos potenciais, dos talentos inatos de cada pessoa e com a superação de seus limites.

Daí ser importante buscar entender e praticar as lições de Jesus sobre o amor ao próximo como a si mesmo, a solidariedade terrena, a compaixão e a importância das orações, que geram energias otimistas e de fé, propiciando-nos equilíbrio psicológico e espiritual, trazendo-nos a sensação de paz.

Considerando que a evolução é a lei do universo, a história de vida de cada pessoa é a resultante do somatório de experiências vividas, bem como a trajetória da vida é um caminho construído livremente pelo espírito ao interagir de forma consciente e consequente consigo mesmo, com os outros, com a natureza, com o Universo.

Assim, sem desperdiçar o tempo porque tempo é vida, devemos olhar com gratidão para o passado, com paixão para o presente e com esperança para o futuro, mesmo porque sempre teremos a oportunidade para refazermos caminhos em busca da redenção.

*Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP).

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