Repensando a família

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Foto: Reprodução Google

Se Japão é para você símbolo de tecnologia, cultura milenar, respeito mútuo e elevado senso ético, prepare-se para levar um choque ao assistir “Assunto de Família”. O filme, Ganhador da Palma de Ouro de Cannes sob a delicada direção de Hirokazu Koreeda, traz uma outra realidade.

O foco é um conjunto de pessoas que mora junto num minúsculo apartamento e sobrevive de maneira peculiar, sendo a principal fonte de renda pequenos furtos em lojas, ensinados às crianças. Além disso, uma das mulheres consegue se sustentar trabalhando numa cabine de sexo, se masturbando perante os clientes.

Mas não há moralismo no filme. Pelo contrário, essas pessoas têm amor e carinho entre si, desenvolvendo, talvez, elos mais densos do que aqueles de famílias com laços de sangue. Prova disso é como eles recebem, afetivamente, uma menina que é maltratada pelos pais.

As ilegalidades, porém, têm um preço. E cada um deles pagará o seu, num universo de desmonte da situação inicial, na qual cada um vai embarcar em uma viagem solitária pelo que resta das suas vidas. A obra, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, nos faz assim repensar valores e posicionamentos perante a existência.

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