Soneto de Desafrontamento
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Em tempo, não esquecerei o engano
Reportado pelo andor delirante
D’um mero folhetim repugnante
Mil palavras do vil dom subumano.
Tua índole não assume o dano.
E hoje, sem provas para adiante,
Só, te esgotas na peçonha falante
Com veneno do teu ermo tirano.
Em tempo, desfrutei de raiva crua
Desvendei teu passatempo maldoso
Guardado há tempos com a frigidez.
Hoje, me inocento da falcatrua
Mas, em tempo, seguirá doloroso
Teu legado erguido por morbidez.