Verdades e mentiras

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Damascus cover

Foto: Reprodução Google

O universo da política costuma estar associado a discussões sobre tênues limites entre aquilo que se chama comumente de verdade e de mentira, inclusive porque um mesmo fato tem centenas de versões. Basta algo acontecer para que seja lido de infinitas formas – e nem sempre é possível encontrar lógica em todas.

Mas é possível defender todas elas, como mostra o filme ‘Damascus Cover’, dirigido por Daniel Zelik Berk, baseado em romance homônimo de Howard Kaplan. A história de espionagem se passa na Síria envolvendo um agente israelense em uma atmosfera em que qualquer passo decisório traz consequências presentes e futuras.

Baseada em fato real, a narrativa fascina por diversos motivos. O principal: a interrogação permanente sobre quem diz a verdade e a mentira. Isso porque os discursos dos personagens estão marcados pela ambiguidade. E aquilo que se enuncia não sempre é o que assemelha ser ou mesmo o que os fatos parecem mostrar inequivocamente.

Nesse universo, a ação do espião para salvar um colega não é retilínea como se pode imaginar num primeiro momento. Existem outros profissionais no meio dessa disputa e a razão do que deve ser feito se mescla com aquilo que o coração pede para fazer. Verdades e mentiras são relativizadas a cada instante, como ocorre na política e na vida.

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