40 anos de Codepac e pouco a se comemorar

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A não ser que a progressiva perda, perfeitamente “legal”, do patrimônio histórico de Piracicaba seja motivo de comemoração. A não ser que a barbaridade acontecida com o bairro Monte Alegre, que o descaracterizou totalmente e tornou-lhe o acesso mais difícil, seja motivo de alegrias. Tal bairro tinha antiga estrada, a qual passava pelo aeroporto e seguia direto até seu coração; via esta, tão característica e histórica quanto bonita, está agora incorporada à empresa particular, trocada por uma aberraçãozinha asfáltica, com as bênçãos do Codepac ( Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural). Isso lá deve ser festejado? A destruição de casas antigas ( não casas “velhas”, arruinadas, mas de belas residências, de palacetes centrais com especiais arquiteturas, em bom ou ótimo estado) deve ser motivo de alegria? Talvez, para alguns…

As casas em questão eram, muitas vezes, pontos de referências locais e comerciais, como o caso do antigo Chicken In. Motivos de orgulho , lembranças eram elas para os piracicabanos e visitantes. Tudo no chão, tudo demolido. É para isso que o Codepac serve? Então, lamento.

A Sodemap ( Sociedade de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba), ONG sem fim lucrativos, já fez parte do Codepac e o deixou, há anos, por ser sempre voto vencido nos embates, impotente para deter a onda destruidora e por não desejar ser, com ela, conivente.

Meus pêsames à Piracicaba no aniversário deste tal de Codepac, Conselho sem norte, sem valor. Como se diz: quem tem certos “amigos” não precisa de inimigos. Esse agora é o triste caso, minha cidade!

3 comentários

  1. zeppe em 23/12/2012 às 00:14

    Não quero entrar no mérito de seu comentário, mas não se pode confundir patrimônio histórico com patrimônio antigo e privado. Se todos os imóveis antigos de Piracicaba fossem tombados, então não sobraria espaço para a renovação arquitetônica tão necessária. A maior parte dos imóveis antigos da região central não apresenta nada de histórico, nem representatividade arquitetônica,nem tão pouco história a se contar. Devemos deixar o aspecto romântico desta questão e partir para o lado estritamente técnico, pois a justiça está aí para dirimir erros eventuais no tombamento destes imóveis. também pode-se afirmar que a vida útil de muitas destas construções já está esgotada e nada resta senão sua demolição mesmo.

  2. zeppe em 26/12/2012 às 11:55

    Não se pode confundir patrimônio histórico com patrimônio antigo privado, deve ser preservado conforme critério estritamente técnico, primordialmente em áreas institucionais e públicas. Hoje em dia não se oferece contrapartida ao imóvel tombado e portanto congelado, quem arca com o altíssimo custo da manutenção do velho e deteriorado ?. O desenvolvimento não pode ser congelado em seu processo de renovação arquitetônica. Também a vida útil das construções é delimitada, observando que a técnica construtiva evoluiu muito desde o tempo que era tudo na base de barro e tijolo. Muitas casas antigas não têm a mínima condição de recuperação e a única saída é sua demolição mesmo.

  3. zeppe stallone em 11/01/2013 às 20:41

    Acho que a grande confusão gira em torno de se considerar casas antigas e privadas como patrimônio histórico da cidade, se assim for, não haverá espaço para a renovação urbana. Alguns belos exemplares arquitetônicos privados poderiam ser tombados com a respectiva retribuição compensatória do município como isenção de impostos, manutenção do prédio, e outros. Finalmente lembrando que toda construção tem sua vida útil, e a maioria dos imóveis antigos já está no término de sua longevidade.

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