Musas da Música Popular Brasileira (2)

Carmem-Miranda

Caramem Miranda que, em 1936, gravou a marcha ‘Cantoras do Rádio’, junto com sua irmã Aurora Miranda.

As cantoras do rádio

Em 1936, a marcha ‘Cantoras do Rádio’, composta por João de Barro, Alberto Ribeiro e Lamartine Babo, e gravada pelas irmãs Carmem Miranda e Aurora Miranda, em muito contribuiu para que uma nova história da música popular brasileira fosse escrita. Com o estrondoso sucesso obtido em programas de rádio, tornou-se comum o surgimento de novas cantoras, de novas musas, principalmente a partir de 1937, com a criação do concurso “Rainha do Rádio” pela Associação Brasileira de Rádio para arrecadar fundos para a criação de um hospital.

Aí é que Florinda, Victoria, Vicentina, Adileia e Abelim entram na história. Afinal, quem são elas? Seria Adelim e Adiléia uma dupla caipira?

Florinda Grandino de Oliveira, Victoria Delfino dos Santos, Vicentina de Paula e Abelim Maria da Cunha são os verdadeiros nomes das consagradíssimas cantoras Linda Batista, Marlene, Dalva de Oliveira e Ângela Maria. Os pseudônimos não foram criados por iniciativa mercadológica ou exigência de produtores musicais, mas, sim, para não serem identificadas pelas famílias. Na época, cantoras de Rádio não eram bem vistas e, ao abraçarem a carreira, elas ocasionavam grande desgosto aos pais. Marlene, por exemplo, foi alvo de severo castigo por parte de sua mãe, que não admitia sua incursão no mundo artístico: ficou ‘trancafiada’ dentro de casa por mais de 30 dias. Felizmente, o bom senso prevaleceu e Marlene teve pela frente uma brilhante carreira artística.

Coube a Linda Batista o título de primeira Rainha do Rádio, em 1939, ostentando-o por onze anos, até a realização de nova eleição, em 1949, quando passou o bastão para sua irmã, Dircinha Batista. Marlene foi eleita em 1950; Dalva de Oliveira, em 1951, e Ângela Maria, em 1954. As demais foram Emilinha Borba (1953), Vera Lúcia (1955), Dóris Monteiro (1956), Mary Gonçalves (1957) e Julie Joy (1958). Adileia, por sua vez, era pseudônimo de Dolores Duran.

A partir de então, novas musas foram surgindo, enobrecendo cada vez mais a presença de mulheres na história da música popular brasileira: Elizeth Cardoso, a Divina; Nara Leão, musa da Bossa Nova; Elis Regina, tida por muitos como a melhor cantora do país; Elza Soares, Maysa, Celly Campelo e Rita Lee (rainhas do Rock), as sambistas Clementina de Jesus, Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Beth Carvalho e Alcione, Inezita Barroso (música raiz) e as baianas Maria Bethânia, Gal Costa, Daniela Mercury e Ivete Sangalo, entre tantas outras.

(continua)

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[Estes conteúdo e imagem foram retirados do livro “Mulheres Semeadoras de Cultura”, produzido, em co-autoria, por Cecílio Elias Netto, Arnaldo Branco Filho e Patrícia Fuzeti Elias. Saiba mais sobre esta e outras obras publicadas pelo ICEN.]

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