Festanças e tradições caipiracicabanas: Cana Verde

*Artigo retirado do livro “Piracicaba, a doçura da terra”, de Cecílio Elias Netto.

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Dá-se o nome de fandango ao conjunto de danças rurais. A mais difundida delas é, ainda, a “Cana Verde”. Muitos estudiosos confundem a “Cana Verde” com a dança de origem portuguesa “Caninha Verde”. São diferentes. A “Cana Verde” foi iniciada nas roças paulistas. Dançam homens e mulheres, num grande círculo, deslocando-se no sentido horário, o lado direito do corpo voltado para o interior da roda. Dançam valsando, balanceando, voltando a frente um para o outro, fazendo a meia volta. Quando um dos homens se vira à direita, todos o acompanham.

As mulheres permanecem na mesma posição até que seus acompanhantes voltem para o lugar primitivo, quando, então, elas se viram para a esquerda, fazendo a meia volta. A arte está em fazer o corpo como que flutuar no vai e vem da onda.

Os instrumentos musicais usados são a viola, o pandeiro e o reco-reco. Não há desafio, mas os homens fazem declarações de amor em quadrinhas dirigidas às moças, batendo os pés para afirmar o compasso. Uma delas, registrada por Maynard: “Uma moça me pediu/ da cana verde uma fôia/ trêis branca, treis amarela/ aqui está, meu bem, escôia”.

A “Cana Verde” é marcadamente da região do Tietê Médio já citada e, também, do Vale do Paraíba.

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