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Guia Amoroso da Terra – uma viagem pela alma caipiracicabana

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(imagem: Darwis Alwan / Pexels)

Caminhai enquanto tendes luz. – disse Jesus a seus apóstolos. Para que as trevas não vos surpreendam. 

E, então, o maravilhamento pela iluminação acompanhou a humanidade através dos séculos. Pois, “a noite vem quando ninguém pode trabalhar”.

Sei estar, já, promovendo as minhas cerimônias de adeus. É o que me fala a dimensão do tempo. Lá me vejo, pois, tendo vivido 81 anos. Nem mesmo o corpo me acusa disso, tal, ainda, a vontade de continuar vivendo, esse viver que, agora, é muito mais o da contemplação. E, por contemplar, digo de meu deslumbramento diante do que existe e que, na “vita activa” e muitas vezes, não consegui observar. Talvez, melhor dizendo-o, seja uma visão mais aguda da beleza das coisas. Portanto, um olhar purificado das distrações e mais íntimo da própria memória.

Neste Guia (Parte I), acho eu, estou pretendendo contar das maravilhas de uma terra na qual fui plantado. Há belezas que, ainda agora, por aí estão. Outras, não acredito tenham desaparecido, pois, enquanto estiverem na lembrança de alguém, continuarão vivas. Penso num guia amoroso que possa inspirar o desejo de as novas gerações cuidarem de colher suas lembranças para, um dia, virem a eternizá-las. Por isso, nesse roteiro amoroso, fiz questão de que tempo e espaço comungassem comigo. Na realidade, vivo a necessidade imperiosa de contar, de apenas contar tudo aquilo e aqueles com quem cruzei na vida e nesta terra encantadora. Mais do que um guia para alguém, é um norte que preciso continuar perseguindo.

Aqueles olhos de ver, ouvidos de ouvir

Anseio por dividir, com eventuais leitores – de agora ou de amanhã – descobertas que faço ou revelações que me privilegiam neste meu momento de vida. Descubro, enfim, que o homem – em sua jornada – está e é permanentemente convidado ao novo, ao surpreendente, ao inesperado. Ao caminhar pela vida, passeando por ela, o homem, primeiramente, encontra. Se for despertado em sua ânsia de conhecer, ele vai em busca e, então, descobre. Por fim, tendo encontrado, tendo descoberto, o homem cria. Somos, pois, e, realmente, pálidas imagens e semelhanças de Deus. Pena convivermos – e, de alguns deles, fazermos escolha – com males, tolices, insensatezes.

Aos 81 anos, os meus olhos de ver e os ouvidos de ouvir estendem-se a e abrem-se por Piracicaba, a terra onde nasci, vivi, ainda vivo e para a qual espero ser devolvido. E o que vejo e ouço são ainda mais encantamentos do que, ao longo de minha vida, contei e cantei. Sinto-me agraciado por novas bênçãos. Antes, eu olhava e via alguma coisa. Não sei, no entanto, se enxergava. Antes, eu escutava, mas não sei se conseguia ouvir. Agora, diante de tudo, olho, vejo, enxergo. E escuto e ouço.

Não há, pois, mais nada de querer ter, possuir. O mundo e a vida – e, portanto, essa encantadora Piracicaba – nós os sentimos. Pelo tato, tocando. Pelo sabor, saboreando. Pelo cheiro, cheirando. E pelos nossos abençoados olhos de ver e ouvidos de ouvir. Permitam-me, pois, nestes meus 81 anos, a alegria de poder contar o mistério que nos rodeia. Não foi o de ontem. É o mesmo do que foi e que é agora. Cada um há que o descobrir por si mesmo.

“Enquanto tiver luz…”

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Palavras sábias e alentadoras me acompanham: “Trabalhe, enquanto tiver luz.” Que luz, desejo, não me falte ainda. Pois, há tanto a registrar, a recordar, a reavaliar – tanto quanto estrelas que, através da janela, vejo no meu pedacinho de céu. Invoco, para mim, as últimas palavras atribuídas a Goethe: “Luz, mais luz!”

Continuemos, pois, a viajar pela alma caipiracicabana. Agora, por meio desta, que é apenas a primeira parte deste “Guia Amoroso da Terra”.

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2 comentários

  1. Márcia em 21/07/2021 às 14:39

    Olá, boa tarde!
    Que bacana a ideia do Guia!
    Parabéns a todos os envolvidos!
    Consigo baixar esse material?

    • Patrícia Elias em 22/07/2021 às 08:42

      Olá, Márcia, grata por visitar nosso site.
      O formato no Guia é só este do site. É possível imprimir / transformar em pdf cada um dos posts individualmente.
      Um abraço

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