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Ir ao cinema

Cine-Broadway

Cine Broadway. (foto: acervo Cecílio Elias Netto)

Mesmo com a popularização dos televisores e dos programas cada vez mais interessantes, o cinema sempre foi a grande atração dos piracicabanos, certamente até os 1980. Piracicaba, nesse sentido, foi privilegiada pela iniciativa de um jovem empresário, filho de usineiros, que se tornou o pioneiro nas iniciativas empresariais nessa área: Francisco Andia. Ele foi um verdadeiro plantador de salas de cinema em nossa cidade, estimulando o desenvolvimento da grande arte entre nós. “Chico” Andia construiu os cines Palácio, Colonial, Politeama, Paulistinha, Rívoli, Plaza (que ruiu na queda do COMURBA) numa cidade que, por longos e longos anos, frequentava apenas os cines São José e Broadway. Este, para as famílias mais requintadas; o São José, para o povão.

Ir ao cinema era um programa especialíssimo, imperdível, necessário. As pessoas preparavam-se para a grande aventura: mulheres aprumavam-se, iam ao cabeleireiro; homens usavam ternos; moços, as melhores roupas. Antes de o filme começar, as pessoas se olhavam, admiravam-se, criticavam-se silenciosamente. Moças “guardavam lugar” para os namorados – quase sempre “namoro escondido” – que se sentavam apenas quando as luzes se apagavam. Durante os filmes, os jovens se tocavam, beijavam-se, excitavam-se – como se ninguém os visse na penumbra cúmplice da sala. Grandes, imensos, dolorosos, dramáticos romances tiveram seu começo simplesmente pela aventura de “ir ao cinema”.

Nosso primeiro filme, de Mariana e meu, nós o assistimos no Cine Palácio, “Violetas Imperiais”. Sentei-me ao lado dela no “escurinho do cinema”. E apenas ficamos assim, lado a lado, ofegantes, nervosos. A música do filme, naquele 1954, tornou-se a nossa música. E assim foi até o final de tudo. Aquela música permanece viva na alma:

Violetas imperiais, lindas flores de ilusão; violetas imperiais, trazem dor e paixão…

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