Como espantar saci

Chega-nos uma a lição lá dos idos de 1900. E quem no-la deixou foi um de nossos velhos sábios piracicabanos, o negro Barnabé, tocador de sanfona. Saci é uma criatura, mas ninguém sabe de quem: se de um criador de todas as coisas, se uma criatura do panteão de todas as pessoas. O fato é que o saci existe, mesmo com a descrença de muitos. Está em todo o folclore brasileiro. E se permaneceu é porque existe.

O saci é um garotinho perneta, traquinas, que faz malandragens saltando numa perna só. O maior problema, o saci causava na zona rural: chupava sangue de pescoço de cavalo. E isso era uma tragédia para os donos do universo rural.

Barnabé, velho sanfoneiro, sabia como espantar saci e ensinava a quem quisesse aprender. Ainda hoje, permanece viva a sabedoria do negro Barnabé:

– Tem que tê, sempre, uma peneira na mão e um rosário no borso. Daí, corre até a primera lagoa ou até o primero espelho d’água. Saci num resiste. Intão, ou procura um redemoinho d’água ou faiz o redemoinho. Mecê corre, atira a penera n’água com o rosário debaixo dela. O saci foge ou não foge. Se o saci fugiu, tá tudo certo. Se não fugiu, pegue o saci e pergunte se ele aceita fazê um contrato: ou ele nunca mais chupa o sangue dos cavalos ou ele fica preso na rede para sempre.

PROVÉRBIOS

1- A caixa menos cheia é a que mais chocalha.

2- A cal é virgem porque só lida com brocha.

3 – A bandeira do Corínthians é como desodorante: só vive debaixo do braço.

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