‘A Hora Errada’ no projeto Em Cena Ação no Sesc Piracicaba

A Hora Errada_Crédito Tomas RezendeNa próxima sexta, 6 de fevereiro, uma das ganhadoras do Prêmios Shell e APCA, a atriz Magali Biff, aterrissa no palco do Sesc Piracicaba para encenar, junto de Zémanuel Piñero, o espetáculo ‘A Hora Errada’. Com início às 20h, no Teatro da unidade, os ingressos são gratuitos, limitados e devem ser retirados com 1 hora de antecedência.

O espetáculo integra o projeto “Em Cena Ação” realizado pela instituição que contempla a produção contemporânea em sua diversidade de técnicas e temas, ofertando montagens de novos e consagrados dramaturgos, encenadores e atores.
Release do espetáculo

Texto: Lourenço Mutarelli

Direção: Tomás Rezende

Com Magali Biffi e Zémanuel Piñero

 

Em sua mais recente incursão pela dramaturgia, Lourenço Mutarelli profetiza novos tempos sombrios pelas mãos do diretor Tomás Rezende. Já faz quase dez anos que Lourenço Mutarelli foi indicado ao prêmio Shell de dramaturgia. De lá até os dias de hoje, muitas das suas obras foram adaptadas para cinema e teatro. Mas é com “A Hora Errada” – dirigida por Tomás Rezende – que Mutarelli traz uma nova peça inédita ao público paulistano. No elenco, a ganhadora dos prêmios Shell e APCA Magali Biff e Zémanuel Piñero.

 

Na história, o protagonista Horácio acorda fora do eixo, desencaixado. São tempos sombrios. Ele e sua esposa Dolores enfrentam há sete meses A Nova Ordem; governo mundial único comandado por uma pequena elite. Uma ditadura que extinguiu toda a comunicação, a arte e o lazer. Não há dinheiro, emprego e a população sobrevive às custas de cestas básicas.

 

Dolores lhe consegue uma disputada entrevista de emprego. Justo naquela manhã, Horácio acorda em surto de pânico na “Hora Errada”. Como em Fausto de Goethe, nessa entrevista, Horácio recebe uma proposta enigmática: para manter-se vivo terá que abandonar todos os seus valores e crenças. A partir daí, além de atravessar um conflito interno, Horácio também terá que confrontar-se com a oposição de sua mulher. Um homem forçado a mudar de lado radicalmente. Segundo Lourenço Mutarelli, “meu pai era um artista frustrado, que virou um policial e que nesse trabalho torturava pessoas. Essa peça é uma tentativa, não vou dizer de perdoar, de tentar entender alguém que queria trabalhar com pintura com, desenho, e foi trabalhar na polícia e entre outras coisas usar a tortura como ferramenta. Eu não consigo entender como uma pessoa faz isso e se mantém, tem estrutura e consegue se isolar, se distanciar disso e viver uma vida aparentemente comum”.

 

“O Brasil recém-completou 50 anos do início de nossa ditadura, e em sincronia com a ficção, a peça trata de alguns fantasmas da nossa contemporaneidade: o retorno de um regime totalitário, o colapso econômico, a escassez de recursos naturais e o extermínio em massa. A peça vai além de uma simples revisão histórica; não se trata de deparar-nos com a opção sem saída de repetirmos a História no que ela tem de mais nefasto. Ela amplia a reflexão ao lembrar-nos de que somos parte da natureza e a ela por si só é autodestrutiva”, diz o diretor Tomás Rezende.

 

Sobre o autor: Lourenço Mutarelli nasceu em 1964, em São Paulo. Escritor, artista gráfico, roteirista e ator, publicou quinze histórias em quadrinhos e seis romances. “O Cheiro do Ralo”, seu primeiro romance, saiu em 2002, seguido por “O natimorto” e “Jesus Kid”. Sua peça “O que você foi quando era criança” foi indicada ao prêmio Shell de 2005 e está publicada na coletânea de textos teatrais “O teatro de sombras”. Como ator, participou dos filmes “O Cheiro do ralo”, de Heitor Dhalia, “O Natimorto” de Paulo Macheline, “É proibido proibir” de Anna Muylaert, entre outros.

 

Sobre o diretor: Tomás Rezende é diretor, preparador de atores e ator. Já participou de longas e curtas-metragens, criações para TV, peças de teatro, dança e performance. Foi assistente de direção de profissionais como Hector Babenco, Suzana Amaral e José Mojica Marins. Trabalhou nas artes cênicas com Renata Melo, José Celso Martinez Corrêa, Daniel Lepkoff, Lisa Nelson e outros. Realizou parte de seus estudos em atuação nos Estados Unidos, onde se certificou professor do método de Sanford Meisner, amplamente usado no teatro e cinema norte-americanos.

 

Ficha Técnica:

Direção: Tomás Rezende. Dramaturgia: Lourenço Mutarelli. Elenco: Magali Biff e Zémanuel Piñero. Figurino: Cristina Camargo e Maria Barbalho.

Iluminação: Marisa Bentivegna. Cenário: Tomás Rezende. Assistente de Iluminação: Flavio Silva. Assistente de Produção: Dafne Nascimento.

Produção: Dora Leão – PLATÔproduções

Duração: 1h10min

Classificação: não recomendado para menores de 14 anos

 

SERVIÇO:
TEATRO
[EM.CENA.AÇÃO
A Hora Errada
Dia 06, sexta, às 20h. Teatro. Grátis. Recomendação etária: 14 anos

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