Sinfônica de Piracicaba desenvolve projeto de música erudita nas escolas municipais

Estudantes têm a possibilidade de conhecer os instrumentos - foto Rodrigo AlvesUnidades municipais de ensino nos bairros Cruz Caiada e Jardim Piracicaba recebem nestas quinta e sexta-feira, 17 e 18, o Música nas Escolas, projeto da Orquestra Sinfônica de Piracicaba em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. Até 2 de outubro, dois quartetos (de cordas e de sopros) se revezam entre os bairros Jardim Costa Rica, Pau Queimado, Jardim Oriente e Jardim São Paulo. O objetivo é assegurar a formação, difusão e valorização cultural dos estudantes. Ao todo serão contemplados 560 alunos.

Projeto didático e pedagógico de valorização musical, o Música nas Escolas foi concebido pelo diretor artístico e regente titular da Sinfônica de Piracicaba, maestro Jamil Maluf, para marcar os 115 anos da orquestra. As duas primeiras apresentações aconteceram nos dias 10 e 11, na Escola Rachel de Queiroz, no Alvorada 3, e na Escola Professor Aracy de Moraes Terra, no Água Branca. “Essa é a grande oportunidade de muitas crianças terem acesso a um concerto musical”, avalia Jamil Maluf.

O maestro desenvolveu projeto semelhante na capital paulista, onde atuou por 34 anos no Theatro Municipal de São Paulo. “É de criança que se cria hábitos importantes no futuro adulto, como o hábito de consumo do produto cultural, no nosso caso a música sinfônica. Não se gosta do que não se conhece, por isso  temos de ir ao encontro das pessoas e dizer que existimos e temos uma mensagem musical fascinante para transmitir.”

As aulas, chamadas de laboratórios, começam com uma breve explanação sobre a história dos instrumentos e demonstração prática de como funcionam. Os alunos também têm a possibilidade de entender o que é preciso para tocar um instrumento, as horas de estudos necessárias a um músico e como é a carreira. Eles ouvem músicas conhecidas, de temas de filmes ou desenhos, além de canções célebres da música erudita.

Das 9h30 às 11h30, os quartetos irão percorrer também as escolas municipais João Oriani (dia 24), Professor Manoel Rodrigues Lourenço (dia 25), Professor Thales Castanho de Andrade (dia 1º) e Francisco Corrêa (dia 2). Cada unidade recebe duas aulas, com 35 alunos em cada turma, e duração de uma hora em cada sala de aula. “Trata-se de sensibilizar e despertar o interesse e o hábito em ouvir boas musicas e introduzir as crianças na educação musical”, diz a secretária de Educação, Angela Jorge Corrêa.

Os quartetos são coordenados pelo violinista Luiz Fernando Fischer Dutra. Além dele, o naipe de cordas conta com Fábio Belluco (violoncelo), Jacqueline Lopes de Oliveira (violino) e Iriz Costa Felippe (viola). A formação do quarteto de sopros traz Antonio Carlos Garcia (fagote), Edimilson Fernandes Ribeiro (clarinete), Raphael Resende (trompa) e Felipe dos Santos Silva (flauta). Na primeira apresentação, eles executaram Primavera, de Vivaldi, Por una Cabeza, de Gardel, Eine Kleine Nachtmusik, de Mozart, Badinerie, de Bach, e a música tema do filme Piratas do Caribe.

AÇÕES – Num país marcado pelas desigualdades, Jamil Maluf lembra que a erudição é confundida com elitismo. E é justamente para quebrar esta visão que a Sinfônica trabalha com a formação de plateias. Tanto é que, desde abril, a temporada de concertos acontece todos os meses no Teatro do Engenho com entrada gratuita. Além disso, a OSP trouxe para a abertura dos concertos a palestra O Meu Concerto de Hoje, com Jorge Coli, professor de história da arte na Unicamp.

Outra ação, desenvolvida no concerto de setembro, incentivou a doação de um litro integral para a entrada nas duas apresentações. A arrecadação contabilizou 600 litros, entregues ao Lar dos Velhinhos. “É de extrema importância que as orquestras sinfônicas estejam antenadas com a vida cotidiana e necessidades das comunidades em que estão inseridas”, lembra Jamil Maluf.

A intenção da Sinfônica para 2016 é ampliar as atividades didáticas, tendo novamente como parceira a Secretaria de Educação. Neste caso, o Teatro Municipal Erotídes de Campos contraria o ABC do Dó Ré Mi, projeto que tem como meta contemplar 12 mil alunos das escolas públicas com concertos de curta duração e palestras com músicos e interação descontraída de um ator.

TEMPORADA 2015 – A temporada de concertos 2015 segue no dia 10 de outubro, às 14h e às 17h, no Teatro do Engenho. A OSP junta-se à Cia. Imago para apresentar Pedro e o Lobo, fábula musical de Sergei Prokofiev adaptada, dirigida e com cenografia de Fernando Anhê. A peça utiliza-se de bonecos de animação, por meio da técnica do teatro negro, e foi premiado pela APCA como melhor espetáculo de formas animadas e pelo Coca-Cola Femsa como melhor iluminação. A realização é do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e da Secretaria Municipal da Ação Cultural, com patrocínio da Raízen, Hyundai e Caterpillar.

Desde o início da temporada atuaram como solistas convidados o violinista Daniel Guedes, o flautista Toninho Carrasqueira e os pianistas Eduardo Monteiro, Jasmin Arakawa e Pablo Rossi. Houve também atuação da meio-soprano Luciana Bueno, a estreia nacional de Cordel no.2: Caldeirão, de autoria de Liduíno Pitombeira, e a regência dos maestros convidados Thiago Tavares e Érica Hindrikson.

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