Sala Sesc de Cinema exibe “A Fera na Selva”

A Fera na Selva – Reprodução

O longa-metragem “A Fera na Selva”, de Eliane Giardini e Paulo Betti, terá exibição gratuita na Sala Sesc de Cinema do Sesc Piracicaba no domingo dia 9/9, às 17h.

Uma livre adaptação da obra homônima do escritor norte-americano, naturalizado britânico, Henry James, o filme reuniu grandes nomes do cinema brasileiro, como os irmãos Lauro Escorel (conceituado diretor de fotografia com carreira internacional) e o montador Eduardo Escorel (que montou destacadas obras, como “Terra em Transe”, de Glauber Rocha), o premiado diretor de arte, Ronald Teixeira, o técnico de som Márcio Câmara além dos próprios protagonistas, Eliane Giardini e Paulo Betti, que também é produtor do filme e estará presente para um bate-papo após o filme.

Com roteiro instigante e sedutor, “A Fera na Selva” propõe uma reflexão sobre o tempo presente ao contar a história de um homem que vive de olho no futuro. Basicamente, é uma história de amor incompreendida, já que o protagonista passa a vida esperando por algum acontecimento extraordinário, que justificará sua existência, sem conseguir enxergar os sinais e o poder avassalador de algo que poderia realmente ter transformado sua vida, mas que acabou ficando em segundo plano, como uma fera à espreita na selva.

O interessante é que tanto Eliane Giardini quanto Paulo Betti acabaram desenvolvendo uma forte ligação com a obra de Henry James. Isto porque, há mais de 20 anos, eles encenaram juntos, nos palcos, o espetáculo “A Fera na Selva”, quando ainda eram casados. A história, escrita por Henry James no início do século passado, foi descoberta por Eliane, que imediatamente foi fisgada pela trama. Ela dividiu essa paixão com Paulo e, desde então, passaram a acalentar a ideia de levar a história também aos cinemas. E eles conseguiram.

Apesar de já separados, a incrível sintonia entre os artistas nos sets de filmagens é refletida no longa, que traz cenas recheadas de diálogos inteligentes e introspecções nos levando a conflitar com nossas próprias expectativas sobre a vida e seus belos e, nem sempre, valorizados pormenores. Um detalhe bacana é que a afeição do casal pelo tema de “A Fera na Selva” foi transmitida à filha, Juliana Betti, que marcou sua participação no filme ao cantar a música “Esse Amor” da opereta “Canção Brasileira”.

A adaptação também destaca a cultura brasileira e é recheada de poesia, em palavras bem como em imagens. Tantos detalhes, expectativas, cuidados e carinho com a adaptação da obra de Henry James (Paulo Betti faz questão de dizer que procurou ser fiel às ideias centrais do autor) não deixam dúvidas de que assistir “A Fera na Selva” na telona promete ser uma experiência surpreendente. No mínimo, quem for ao cinema sairá com uma imensa vontade de aproveitar cada segundo da vida.