De Piracicaba, Palmiro Romani monta exposição em NY

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(foto: Portal Piracicaba Hoje)

O artista plástico piracicabano, Palmiro Romani, preferiu desligar aparelhos de televisão e rádio, usou o mínimo necessário seu celular, botou um “blues” na vitrola e desandou a pintar em dias de quarentena para a maioria da sociedade. Na solidão do seu estúdio, foram saindo imagens e criações belíssimas. E, mais do que isso, apareceu uma ideia que ele cultivava intimamente como um sonho. Realizar uma exposição em Nova Iorque, no Museu de Arte Moderna.

Criado nos anos 20, para ser um espaço público para formação de novos autores, o Museu ficou fechado em boa parte do ano passado para uma reforma geral. Só reabriu em outubro.

Contratou um videomaker, Bernardo Toledo, que escreveu na abertura do seu vídeo, mostrando a exposição de Romani nos Estados Unidos. “Na arte não existem fronteiras, só espaços para a sua fantasia”. E segue adiante, numa espécie de making-of, expressão usada pelos cineastas para apresentar os bastidores de uma produção, erros de gravação, gafes, etc.

No filme, primeiro o MoMA aparece no seu esplendor, sua fachada, suas salas de exposições, seus espectadores, seus visitantes. Um vai e vem de operários, como se estivessem montando uma exposição. E, de repente, nos anúncios do Museu lá vem o convite “Palmiro Romani Exposições Imaginárias”, episódio um (teremos outros?), espalhadas pelos portais, entrada central, entradas secundárias, entrada principal da sala de exposição.

E, enquanto as imagens vão se sucedendo, lá vem o blues de Dave Brubeck, “Take Five”, insinuando-se pelo conteúdo da mostra. E há pessoas “reais” vendo os quadros pintados aqui em Piracicaba pelo Palmiro. Olham atentas aos detalhes, às cores vivas, que escondem rostos, perfis. São mulheres desconhecidas que Palmiro pinta, realça com corres e um estilo muito próprio.

Até que o vídeo chega a um quadro monumental, que explode em cores, com um a plataforma branca que o envolve. Ele apenas, único no meio do espaço do MoMA.

Perguntei ao nosso artista se os quadros tinham títulos. “Não… sem títulos, trabalhei essa exposição durante quase um ano, por isso coloquei cada uma delas, com muito carinho nessa exposição especial no MoMA.”

O vídeo tem pouco mais de 4 minutos e Palmiro, por enquanto, tem enviado aos seus grupos de amigos e postado no Facebook, para quem quiser conhecer.

Em tempos de crise, quando a cidade fechou seus equipamentos culturais, os jornais limitaram as coberturas sobre assuntos e eventos culturais, Palmiro Romani, do seu ateliê em Piracicaba, montou sua exposição virtual nos Estados Unidos e comemorou como sendo o evento cultural mais difundido na cidade de Piracicaba nos últimos dias. A criatividade, quando ousa, sempre vence o medo.

Veja o vídeo

(publicado no “Portal Piracicaba Hoje”)

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