Drama só na vida real
A morte dramática do jornalista Marcelo Rezende, na semana passada, pode gerar mais interesse pela autobiografia que ele lançou há quatro anos, com o título Corta Pra Mim (Editora Saraiva, 160 páginas, R$ 24,90). Como sabe quem assistia ao programa Cidade Alerta, esse era seu bordão principal na televisão.
Só que o livro é centrado na carreira jornalística de Marcelo. O noticiário que se viu logo após sua morte, por ironia, foi tão ou mais sensacionalista que os programas que ele apresentava. A descoberta de um câncer no pâncreas, já em estado avançado, a recusa em se submeter à quimioterapia e a arriscada decisão de seguir tratamentos alternativos, a briga da família com a namorada…
Ao contrário, o livro mostra a trajetória de um vencedor na profissão, em que pese tantas críticas. Carioca suburbano da Praça da Bandeira, Rezende começou no jornalismo por acaso, e sempre foi autodidata. O senso de oportunidade o fez ter destaque em várias coberturas, como a entrevista exclusiva com o Maníaco do Parque, a descoberta da máfia chinesa da pirataria e o programa Linha Direta. E ele contou tudo com muito senso de humor.