A Estrela Dalva

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Nascida Vicentina de Paula Oliveira em 5 de maio de 1917, Dalva de Oliveira é considerada uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, pela potência de sua voz, que ia do contralto ao soprano. Era de uma família humilde de Rio Claro. O pai era um carpinteiro chamado Mário de Paula Oliveira e mãe a dona de casa portuguesa Alice do Espírito Santo.

Em busca de uma vida melhor, a família mudou-se para o Rio de Janeiro em 1935. Ao frequentar o Cine Pátria, conheceu seu primeiro namorado, Herivelto Martins, com quem viveria um casamento cheio de crises. Ele já atuava como cantor, formando, ao lado de Francisco Sena, o duplo Preto e Branco. Com um ano de namoro, Dalva protagonizou um escândalo familiar, saindo de casa para viver com Herivelto, ainda oficialmente casado. Do casamento vieram dois filhos, Ubiratan e o cantor Peri, além de uma série de canções em que lavaram a roupa suja em público.

Dalva gravou pela primeira vez em 1937. Era a marcha Ceci e Peri, de Príncipe Pretinho. Logo entrou para o grupo do marido e estava formado o Trio de Ouro, que fez enorme sucesso. Ficou no grupo até 1949, quando viajou pela Venezuela com a companhia de teatro de Dercy Gonçalves.

Dalva e Herivelto se desquitaram em 1949, já que ainda não havia divórcio no Brasil. Foi o fim de uma intensa briga que se tornou pública. Magoada com o marido, Dalva pediu ao amigo Ataulfo Alves que fizesse uma música sobre seus problemas amorosos. Surgiu Errei Sim, um grande êxito.

Herivelto respondeu com Segredo, em que a acusava de ter como mal comentar o passado. Democrática, ela mesma gravou a canção, que virou destaque de seu repertório.

Com o tempo, a briga esquentou, e Herivelto pegou pesado, convencendo o amigo, o jornalista David Nasser, a fazer uma série de matérias na revista O Cruzeiro, então a de maior circulação nacional, questionando a moralidade de Dalva, ao mesmo tempo validando o preconceito contra as artistas. Foi uma fase de grande desgaste, que a abalou pessoalmente.

No ano seguinte, retomou a carreira no Brasil, gravando o samba-exaltação Olhos Verdes e o samba-canção Tudo Acabado. Em 1951, eleita Rainha do Rádio, foi excursionar pela Argentina, onde conheceu Tito Clement, seu empresário e depois marido, pai de sua filha.

Mais uma vez retornando ao país, gravou em seguida dois grandes sucessos: a marchinha Estrela do Mar e Que Será, que se tornou uma de suas marcas registradas. O casamento com o argentino também não deu certo, pois ele, de personalidade machista, queria uma mulher que ficasse em casa e não uma artista que viajava constantemente. Outro fracasso amoroso para Dalva. O divórcio foi homologado na Argentina, mas a cantora começou a fumar e a beber compulsivamente.

Ela não escondia isso e assumiu a infelicidade com o tango Meu Último Fracasso. Nos anos 60, assumiu o romance com Manuel, 20 anos mais jovem, provocando outro escândalo. O casal sofreu um acidente de carro, que provocou sequelas em Dalva. Um de seus últimos sucessos foram duas canções de carnaval: Bandeira Branca, de Max Nunes, e Máscara Negra, de Zé Keti.

Dalva morreu em 30 de agosto de 1972, aos 55 anos. Estava internada na Casa de Saúde Arnaldo Moraes, em Copacabana, lutando pela vida. Foi vítima de uma hemorragia interna, provocada por um câncer no esôfago.

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