O melhor de Gilberto Gil

gilberto gil

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O baiano, que continua produtivo até hoje, criou muitas canções inesquecíveis, tanto reflexivas quanto balançantes. Um mestre!

1 – AQUELE ABRAÇO (1969)

Foi lançada em 1969 como single, quando já estava decidido seu exílio para Londres após a prisão, junto com Caetano Veloso. Por isso é considerada um “hino da despedida”, mas sem nenhum traço de melancolia. Ao contrário, é um samba agitado e pra cima, que louva o Rio de Janeiro e outros símbolos brasileiros, como o Flamengo, a Portela e o Chacrinha.

2 – DOMINGO NO PARQUE (1967)

Foi a música que deu o segundo lugar para ele no Festival da Record de 1967, considerado o mais importante de todos. Havia um clima de tensão entre os tradicionalistas e os modernos como Gil, que chamou os jovens Os Mutantes para acompanha-lo. O arranjo de Rogério Duprat mistura uma toada com guitarra e a letra tem um preciso toque de poesia concretista.

3 – PROCISSÃO (1966)

Apesar de Gil nunca se prender a política, essa canção é considerada por estudiosos como de esquerda, até marxista. A letra mostra a religião como um fator de alienação para a população nordestina. “Promete um vestido pra Maria/ E promete um roçado pra João/ Entra ano sai ano e nada vem/ Meu sertão continua ao Deus dará.. E quem não diz que continua atual?

4 – SE EU QUISER FALAR COM DEUS (1981)

Gil fez a música especialmente para Roberto Carlos cantar, já que ele nunca havia gravado uma canção dele. Mas o cantor não se identificou com a letra – “tenho que me ver tristonho, tenho que me achar medonho” -, já que sua visão da religião é mais calma. Elis Regina gostou e foi uma de suas últimas interpretações. Hoje é considerada um clássico absoluto.

5 – NÃO CHORE MAIS (1979)

É uma versão de No Woman No Cry, de Bob Marley, o poeta do reggae que começava a ficar mais famoso no Brasil. Gil foi bastante fiel ao clima da letra, mencionando os “hipócritas disfarçados andando ao redor”. Ele fez a primeira apresentação no Festival de Jazz de Montreux, em 1978. Gravou novamente nos anos 2000, no disco que fez em homenagem a Marley.

6 – PALCO (1980)

O arranjo exuberante de Lincoln Olivetti e a abertura vocalizada valorizaram a canção que foi primeiramente gravada pelo grupo A Cor do Som, sucesso da banda. O compositor fala da vida do artista e ousou em versos originais como “minha alma cheira a talco como bumbum de bebê”. Foi muito regravada e recentemente incluída com destaque na trilha do filme francês Samba.

7 – VAMOS FUGIR (1984)

É uma parceria com o produtor Liminha e bebe na fonte do reggae. Aliás, a canção faz uma homenagem ao ritmo, em rimas como regue, escorregue e carregue. O clima é solar. Foi também bastante regravada, pela cantora Daúde em parceria com Djavan, e depois pelo Skank. Em 2015 o Natiruts, banda clássica de reggae, a cantou junto com o próprio Gil.

8 – DRÃO (1982)

A Drão citada na letra é Sandra Gadelha, com quem ele foi casado durante anos, teve vários filhos e de quem se separou para ficar com Flora. A letra reflete sobre o difícil momento da separação, e consegue manter a elegância em meio a dor. “O amor da gente é como um grão/ Estende-se infinito/ Imenso monolito”. Foi incluída no filme Veja Essa Canção.

9 – ESTRELA (1997)

No álbum duplo Quanta, em meio a canções até pretensiosas em que o baiano falava sobre ciência, fez sucesso mesmo essa toada simples, em que ele fazia questão de dizer “ocê”, de forma bem popular. “Há de surgir uma estrela no céu/ Cada vez que o ocê sorrir/ Há de apagar uma estrela no céu/ Cada vez que ocê chorar”. Simplicidade que rima com elegância.

10 – A PAZ (1987)

A canção, feita em parceria com João Donato, foi gravada primeiramente por Zizi Possi em seu álbum Amor e Música. Gil a gravou em 1993 no Acústico MTV e lembrou os passeios e o clima de seu trabalho com Donato. “A imagem de Donato dormindo sossegado, em plena luz do dia, me chamou a atenção para o sentido da paz”, disse. Surgiu a letra mais que inspirada.

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