Em 1900, a primeira turma do Sud

No final do século XIX, início do XX, há um surto de urbanização em Piracicaba: os fazendeiros passam a construir casas mais confortáveis na cidade, ainda que a cidade tenha aspecto modesto. Pequena mas bela, como se vê por uma descrição da historiadora Maria Celestina Teixeira Mendes Torres:

“Apesar do alto padrão, pela área, pelo número de janelas (frestas), muros de tijolos, das casas em torno da Matriz, do Teatro e do Jardim Público, a Cidade, sempre clara e risonha, belamente iluminada pelo sol, com seus animais vagando pelas ruas, seus troles, carroças e carros de bois, conserva um certo aspecto rural, campestre, bucólico.”

Ao lado da Matriz, há chácaras, muitas das quais colocadas à venda, terrenos cobiçados pelas famílias de fazendeiros. Com a urbanização iniciante, começaram elas a ser colocadas à venda, como se observa nos anúncios dos jornais da época. Cherubim Barbosa foi um dos proprietários que pretendia se desfazer de sua “excelente chácara sita à rua do Rosário, arrabalde da Boa Morte, medindo dois quarteirões”, permutando-a ou vendendo-a . (“Gazeta”, 21 de junho de 1900).

O Mercado já funciona com grande movimentação na rua do Commércio.

Piracicaba já não é uma vila, mas cidade pujante para seu tempo: em 1900, a população é de 25.374 habitantes: 13.114 mulheres, 12.260 homens. Das 2016 crianças em idade escolar, estavam matriculadas 1.381. E, para gáudio de toda a comunidade, dá-se a formatura da primeira turma da Escola Complementar, que viria a ser a centenária “Sud Mennucci”, os primeiros professores que, durante todo o curso, freqüentavam a mesma escola mas separados por tabiques; moças de um lado, rapazes de outro.

A primeira turma de professores formou-se no dia 30 de novembro de 1900, tendo pessoas que se tornaram exponenciais em Piracicaba e no país. Foram eles: Olívia Bianco, Carolina de Souza Costa, Anna Joaquim Bueno, Antonia de Azevedo, Eugênia da Silva, Ana Cândido Couto, Domitila de Menezes, Avelina Ferreira da Cunha, Cândida Borges da Cunha, Maria Isabel da Silva, Joaquim da Silva Nunes, Joaquim Diniz, José Henrique de Menezes, José Martins de Toledo e Querubim Sampaio. Houve ainda outros que cursaram até o último ano, mas que se formaram em São Paulo: Filinto de Brito, Dario Brasil, Dario Castanho, Adolfo Carvalho e Sebastião Fischer.

É o início de uma história generosa de educação e de cultura.

 

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