Palacete Boyes: “a beleza e a perfeição das coisas antigas” (2)
Este texto foi originalmente publicado no jornal “A Província”, na edição de 8 a 31 de agosto de 1992.
Para se avaliar a importância do local, basta recuperar os registros mencionados por Sebastião Nogueira de Lima, em matéria do segundo número da revista Mirante, em 1957. É o caso da visita, a 20 de janeiro de 1907, de Washington Luiz, então Secretário da Justiça e da Segurança Pública, que mais tarde chegaria a prefeito de São Paulo e a presidente do País. É da mesma data, a menção da passagem de Anita Tibiriçá – filha do presidente da Província, Jorge Tibiriçá –, de Paulo de Morais Barros, senador da República e A. Bia Bueno, delegado de polícia em Piracicaba e, posteriormente, deputado federal. E 1907 parece ter sido um ano especialmente movimentado no local. Ali alinham-se, ainda, as visitas de Rafael Marques Cantinho, ministro do Tribunal de Justiça de São Paulo; Antonio de Pádua Salles, ministro de Estado; Elói Chaves, deputado e ex-secretário de Estado e B. Neto Araújo, também deputado. A maior movimentação ocorreu, entretanto, quando da passagem pelo palacete de vários diplomatas estrangeiros. Em maio, ali estiveram os cônsules da França, Alemanha e Portugal e, em junho, o ministro plenipotenciário da França, acompanhado do Conde Failly, secretário da Legação. O destaque ficou por conta de Paulo Doummer, estadista francês, ex-governador da Indochina e mais tarde, presidente da França.
Nos anos seguintes, sucedem-se as menções de visitas de políticos e cientistas. É o caso de Gabriel de Toledo Piza e Almeida, ministro plenipotenciário do Brasil em Paris; do irmão do presidente Hermes da Fonseca, o deputado Fonseca Hermes; do presidente da Província de São Paulo, Altino Arantes e de Oscar Rodrigues Alves, secretário de Estado.
Já de propriedade dos ingleses, a Vila Boyes continuou recebendo e, transformada em casa de descanso da família, reuniu, em algumas ocasiões, vários grupos de pessoas. Em 1931, registra-se a passagem do financista inglês Otto F. Miemeyer, no Brasil a convite do governo federal para análise das finanças nacionais e a partir de 1936, muitas são as ocasiões em que o anfitrião passa a ser o gerente da fábrica, Ernest J. Norcross, que durante anos anteriores trabalhara em Xangai.
A última assinatura no livro é de 1937, de Raul Rocha, que o encerra com os seguintes dizeres: “Este belo recanto da natureza assombra porque tem a beleza e a perfeição das coisas antigas”.
(continua)
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