No Solar de Luiz de Queiroz, um livro registrou a história

O Palacete, construído à beira do Salto por Luiz de Queiroz, foi chamado, por sua beleza e requinte, de “O Seio de Abrahão”, conforme se lê no Almanak de 1900. Mais do que secular, o palacete – que foi levando o nome de seus proprietários, exceção de atualmente – se transformou em centro refinado de uma elite cultural, artística e financeira. Luiz de Queiroz construiu o solar próximo à sua fábrica de tecidos, a Santa Francisca, criando um jardim, segundo Edmar José Kiehl, “de aclimatação de essências estrangeiras às condições ecológicas locais; o carvalho europeu, a “Grevillea robusta”, o cinamomo, as palmeiras imperiais, os plátanos também conhecidos como álamos.”

Quando vendeu a fábrica ao empresário Buarque Macedo, o solar entrou nas negociações. Foi em 1894 que Luiz de Queiroz vendeu todas as suas propriedades, com exceção da usina elétrica. O Palacete Queiroz, no entanto, ficaria pouco tempo com Buarque Macedo, um dos fundadores do “Jornal de Piracicaba”. Pois outra personalidade de grande influência chegaria a Piracicaba, o Conde Rodolfo Miranda, Ministro da Agricultura do Brasil, uma das grandes fortunas brasileiras à sua época, com imensas propriedades a partir de Bananal.

Rodolfo Miranda

Com Rodolfo Miranda, é possível dizer que o “Solar de Abrahão” abriu-se ao “grand monde”. E, em 1906, no dia 1º de janeiro, Miranda abriu um livro para receber o nome e o pensamento “daqueles que visitassem sua casa”, segundo registrou o político e jurista Sebastião Nogueira de Lima. O próprio Miranda abriu o livro, escrevendo

“Encaro a fortuna como um instrumento de trabalho e não como um doce conforto de uma vida calma e despreocupada. É ela, para mim, um meio, não um fim.

O livro – que, na década de 1980 em diante, se falou “estar desaparecido” – passou a registrar nomes e manifestações de visitantes que vieram de toda parte, cidadãos nas letras, nas artes, na ciência, na polícia, no comércio e indústria, nas finanças, nacionais e estrangeiros. A primeira assinatura foi em 15 de janeiro de 1906, do piracicabano Francisco de Mello. E, em 1957, Sebastião Nogueira de Lima anotara a última assinatura no livro, aposta no dia 15 de abril de 1937, quando o Solar já pertencia à Família Boyes, pelo promotor público da comarca Raul Rocha

31 anos de registros

Foram, até a pesquisa de Nogueira de Lima em 1957, 31 anos de registros, personalidades que visitaram e se hospedaram no já então Palacete e na Vila que se tornaria de propriedade da Sociedade Anônima Boyes desde 11 de maio de 1918, sendo grande anfitrião o dr.Herbert Boyes.

Em 1906, à época do casal Rodolfo Miranda, assinaram o livro o advogado, jornalista e músico, dr.Osório de Souza, o pintor Joaquim Miguel Dutra, que eram assíduos visitantes da Vila, como também se chamava o Palacete. E uma assinatura especialíssima, em 20 de janeiro de 1907, registra a presença do dr.Washington Luiz de Souza, então secretário da Justiça e Segurança de São Paulo, no governo de Jorge Tibiriçá. Mais tarde, seria Prefeito da capital, Governador de São Paulo e presidente da República. E, na mesma data, assinaturas do então Senador Paulo de Moraes Barros, da filha do governador Tibiriçá, Anita Tibiriçá e, no mês seguinte, assinaturas dos artistas da Companhia Tornesi.

Quando vendeu a fábrica ao empresário Buarque Macedo, o solar entrou nas negociações. Foi em 1894 que Luiz de Queiroz vendeu todas as suas propriedades, com exceção da usina elétrica. O Palacete Queiroz, no entanto, ficaria pouco tempo com Buarque Macedo, um dos fundadores do “Jornal de Piracicaba”. Pois outra personalidade de grande influência chegaria a Piracicaba, o Conde Rodolfo Miranda, Ministro da Agricultura do Brasil, uma das grandes fortunas brasileiras à sua época, com imensas propriedades a partir de Bananal.

                                               Rodolfo Miranda

            Com Rodolfo Miranda, é possível dizer que o “Solar de Abrahão” abriu-se ao “grand monde”. E, em 1906, no dia 1º de janeiro, Miranda abriu um livro para receber o nome e o pensamento “daqueles que visitassem sua casa”, segundo registrou o político e jurista Sebastião Nogueira de Lima. O próprio Miranda  abriu o livro, escrevendo:

            “Encaro a fortuna como um instrumento de trabalho e não como um doce conforto de uma vida calma e despreocupada. É ela, para mim, um meio, não um fim. ”

            O livro – que, na década de 1980 em diante, se falou “estar desaparecido” – passou a registrar nomes e manifestações de visitantes que vieram de toda parte, cidadãos nas letras, nas artes, na ciência, na polícia, no comércio e indústria, nas finanças, nacionais e estrangeiros.  A primeira assinatura foi em 15 de janeiro de 1906, do piracicabano Francisco de Mello. E, em 1957, Sebastião Nogueira de Lima anotara a última assinatura no livro, aposta no dia 15 de abril de 1937, quando o Solar já pertencia à Família Boyes, pelo promotor público da comarca Raul Rocha.

                                   31 anos de registros

            Foram, até a pesquisa de Nogueira de Lima em 1957, 31 anos de registros, personalidades que visitaram e se hospedaram no já então Palacete e na Vila que se tornaria  de propriedade da Sociedade Anônima Boyes desde 11 de maio de 1918, sendo grande anfitrião o dr.Herbert  Boyes.

            Em 1906, à época do casal Rodolfo Miranda, assinaram o livro o advogado, jornalista e músico, dr.Osório de Souza, o pintor Joaquim Miguel Dutra, que eram assíduos visitantes da Vila, como também se chamava o Palacete. E uma assinatura especialíssima, em 20 de janeiro de 1907, registra a presença do dr.Washington Luiz de Souza, então secretário da Justiça e Segurança de São Paulo, no governo de Jorge Tibiriçá. Mais tarde, seria Prefeito da capital, Governador de São Paulo e presidente da República. E, na mesma data, assinaturas do então Senador Paulo de Moraes Barros, da filha do governador Tibiriçá, Anita Tibiriçá e, no mês seguinte, assinaturas dos artistas da Companhia Tornesi.

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