Piracicaba não queria ser Constituição: Prudente de Moraes liderou a reação

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Rio Piracicaba, no início do século XX. Em primeiro plano está a Casa do Povoador e, ao fundo, a Rua do Porto. (fonte: Imagens da Cidade, em http://ipplap.com.br/site/projetos/)

Desde sempre, Piracicaba quis ser Piracicaba. Quando ainda freguesia, era conhecida como Freguesia de Piracicaba. Ao ser erigida em Vila, foi-lhe dado o nome – no dia 29 de outubro de 1821 – de Vila Nova da Constituição, em homenagem à nova Constituição de Portugal. À nova vila, estavam incorporadas localidades tais como Araraquara, Rio Claro, Limeira, Pirassununga, Arras, Santa Bárbara, São Pedro, Santa Maria, Rio das Pedras e outras.

Não se sabe quem sugeriu o nome Vila Nova da Constituição, pois os piracicabanos pretendiam que se chamasse Vila Joanina – se houve alguma proposta ao Governo de São Paulo, se algum abaixo-assinado. Sabe-se, no entanto, que o nome nunca agradou. Foi, 55 anos depois, Prudente de Moraes – quando vereador à nossa Câmara Municipal – quem comandou a reação. No dia 11 de março de 1877, ele fez a seguinte indicação à Câmara Municipal:

“Indico que esta Câmara represente à Assembleia Legislativa Provincial sobre a conveniência de ser restituído por lei, a esta Cidade, o nome antigo e popular de ‘Piracicaba’, pelo qual é muito mais conhecida do que pelo nome oficial de Constituição.”

A indicação foi aprovada no mesmo dia e encaminhada à Assembleia, com assinaturas de José Emydio da Silva Novaes, José Fernando de Almeida Barros Júnior, Albano Augusto Leitão, Prudente José de Moraes Barros e Antonio de Moraes Barros – a quem os piracicabanos ficarão devendo, por todos os tempos, a reconquista do nome Piracicaba. Pois, no dia 13 de abril de 1877, aquela Assembleia devolvia-nos o nome querido, através da Lei no 21.

[Este conteúdo foi publicado no “Almanak de Piracicaba”, editado pelo jornalista Cecílio Elias Netto, do jornal impresso “A Província”, que circulou como suplemento do jornal “A Tribuna Piracicabana”. Para este projeto, foram elaborados vários fascículos ao longo do período de novembro de 1995 a agosto de 1997.]

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