Soneto de Jardim
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Brilhou nos vai-vens de um peito ofegante
Um clarão que já havia se desfeito
De imediato, o ombro virou leito
Mas de tão só, o quarto era minguante.
Fiz do teu predicado o meu sujeito
Mesmo nos confins da saudade errante
O arfante se abre, tornando distante
Em demasia; sem nexo, sem jeito.
A barba cerrada nos cachos teus
Irreleva toda e qualquer distância
Mesmo que ela mesma desuna os meus.
Verdejantes olhos, luz de minha instância
– A quem chamei, de truz, luas de Zeus:
Voltem como o jardim de minha infância.