Esalqueanos de 1966 registram a história da turma em livro

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A história de Piracicaba e a da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) estão intrinsecamente ligadas. Neste sentido, a cidade tem provavelmente um valor importante para os alunos da universidade, assim como, para os piracicabanos em geral, é interessante ter acesso a memórias daqueles que ali se formaram.

E, ao menos a história da turma F-66 da Esalq, está devidamente registrada: no livro intitulado “Reminiscências – F66, uma Turma Inesquecível”, lançado de maneira independente em 2016, em comemoração ao Jubileu de Ouro de formatura dos esalqueanos.

A obra faz uma viagem no tempo e relembra diversos fatos vividos pela F-66 na Piracicaba da década de 1960. Foi produzida pela Artcom Assessoria de Comunicação, através da jornalista Marlene Simarelli, com a assessoria dos engenheiros agrônomos da turma Nelson Paulieri Sabino e Antonio Carlos Cavalli, com base na efetiva participação deles nesses 50 anos nas diversas atividades da F-66 e nas informações de outros colegas da turma.

“Para a edição do livro, que a Marlene realizou com grande competência, foram realizadas entrevistas com 12 colegas da turma, incluindo todos os membros da Comissão, que mostraram os vários aspectos e condições que caracterizaram essa turma. O livro foi concluído em tempo recorde e hoje desfruta de grande prestígio junto aos vários setores da Agronomia”, comenta Sabino.

Para os integrantes da turma, a obra é de memórias e nostalgia, mas, para outras pessoas, sobretudo para as gerações mais novas, o livro é um importante instrumento de história. Vale ressaltar, inclusive, a beleza artística do livro, que une diversas fotos marcantes da turma, bem como da Esalq, com desenhos de aquarelas especialmente produzidas para a publicação.

Com tiragem de 500 exemplares, o custo da obra foi coberto exclusivamente com recursos  oriundos de contribuições/doações dos colegas da F-66, sem nenhum patrocínio externo.

“O livro retrata a trajetória dos integrantes da turma F-66 e, com isso, mostra como era a integração entre os alunos naquele período, quando faziam o curso em turmas, convivendo com todos durante os cinco anos”, comenta a jornalista Marlene. “Todo o livro segue a linha de ‘contação de histórias’ de maneira que desperte interesse de qualquer leitor, sendo ou não da Esalq/USP F-66”, acrescenta.

Sobre a turma

Cavalli conta que a turma de formada em 1966 já tem um site desde 1998. “Fomos pioneiros nesse aspecto, pois essa tecnologia ainda estava em seu começo. Por esse motivo, tínhamos muitas informações, textos e fotos sobre a turma, mas colocadas de forma despretensiosa, de maneira jocosa muitas vezes. Era mais uma grande brincadeira”, comenta.

Foi, então, numa reunião após as festividades do jubileu de ouro, que surgiu a ideia de se produzir um livro convencional sobre a turma. “Em 1990, a turma F-65 tinha lançado o primeiro livro alusivo à vida acadêmica e profissional de seus integrantes, apresentando aspectos curiosos, engraçados (e até escabrosos) da vida dos agricolões em Piracicaba. Como éramos contemporâneos, muitas das histórias e fatos ali narrados tinham sido protagonizados também por colegas da nossa turma. Tínhamos conhecimento também que a turma F-67 vinha, há bastante tempo, produzindo um livro abrangente sobre a evolução do agronegócio no país nos últimos cinquenta anos e da participação dos membros da turma nessa realidade brasileira”, diz.

“Assim, com um novo livro, havia grande risco de sermos repetitivos. Foi então que tive a ideia de fazer um livro de arte, elegante, com pouco texto e muitas fotos, de leitura agradável, falando de forma intimista de nós como turma, num contexto de lembranças, saudades, e da grande amizade que sempre nos uniu durante os tempos de escola, e que perdurou por todos esses anos, culminando com a magnífica festa do jubileu de ouro. O colega Sabino, presidente da Comissão do Jubileu, incorporou a ideia e foi o maior incentivador dessa obra. Para desenvolver esse tema, tivemos a sorte de contar com a Marlene que incorporou a ideia, virou uma F66 honorária e desenvolveu, de forma brilhante, o tema proposto, numa interação muito harmoniosa conosco”, conta Cavalli.

A importância de Piracicaba

“Eu sou nativo e suspeito para falar. Mas é fora de dúvida que Piracicaba tornou-se a segunda cidade para muitos dos que passaram pela Esalq. Alguns nem foram mais embora. Casaram e se ‘anativaram’.  No nosso caso, talvez a significativa ação social e festiva que tivemos tenha propiciado uma grande aproximação com a cidade, seu povo e instituições públicas”, diz Cavalli.

Sabino acrescenta que também é natural de Piracicaba e “suspeito” para falar das belezas naturais da cidade e da sua gente. “Mas posso dizer que ela sempre dispensou um carinho muito especial para os estudantes da Esalq, principalmente no nosso período acadêmico(1962-66), quando quase ninguém possuía automóveis e permaneciam na cidade por todos os semestres, voltando para suas cidades somente nas férias”, diz.

“Como resido em Campinas, pois, depois da nossa formatura, fui trabalhar no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e nele me aposentei depois de 40 anos de serviço como Servidor Público exercidos com grande orgulho… Essa ausência prolongada da minha querida Piracicaba, que amamos tanto, serviu para me mostrar com o povo piracicabano é fantástico em todos os sentidos”, acrescenta Sabino.

Piracicaba de ontem e de hoje

“Como tantas outras, Piracicaba cresceu muito, demais até. Ficou pesada, de trânsito difícil, insegura, e com todas as mazelas das grandes e médias cidades brasileiras. É óbvio que tem aspectos bons, mas viver naqueles tempos era melhor, menos estressante, mais simples, sem sombra de dúvidas. Já pensou deixar a porta de uma república aberta hoje em dia? Ou andar sozinho a pé, de madrugada? Coisas absolutamente comuns na nossa época. Talvez seja difícil de acreditar”, comenta Cavalli.

Contribuições do livro

Para Cavalli, hoje as coisas mudaram muito, se forem comparados a época de 1966 e os dias atuais. “Parece não haver mais o sentido de comunidade que tínhamos. Éramos mais gregários, mais participativos. Nossas amizades não eram virtuais e nossos amigos eram de carne e osso. De todo modo, deixamos o exemplo do significado da verdadeira e fraternal amizade, do abraço apertado, do olho no olho. E da constatação que ‘Amigos são para sempre / Amigos são imortais’”, diz.

De acordo com Sabino, o livro procura também mostrar aos esalqueanos de hoje o que a união de seus integrantes pode trazer de benefícios para o enfrentamento dos problemas na vida profissional. “Posso afirmar que a F-66 ainda é uma grande família, mesmo depois de 50 anos de sua existência. Enviamos exemplares para todos os F-66, para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, aos Diretores da Esalq, Conselho de Repúblicas etc. Apesar de não termos muitos exemplares disponíveis, ainda podemos atender os interessados, que podem entrar em contato com os membros da Comissão do Jubileu de Ouro da F-66”, finaliza.

3 comentários

  1. Antonio Carlos Cavalli em 08/01/2018 às 12:42

    Muito boa matéria. Mostra os antecedentes da publicação e nosso desejo de perpetuar o amor pela ESALQ e por Piracicaba.

  2. Henrique Amorim em 08/01/2018 às 14:05

    Realmente, nosso livro foi diferente, atual, ligando o passado ao presente, de 50 anos, e foi muita emoção ver a turma quase toda novamente nestes dias que passamos juntos !!!!!!

  3. Marcos Antonio Thereza em 10/01/2018 às 01:18

    Onde poderia ser encontrado para aquisição o livro? Sou da F76…Marcos Thereza

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