A menina que viu a Mãe de Jesus

O texto abaixo foi publicado em janeiro de 1988 no semanário impresso A Província. Preservamos datas, idades, comentários e gramática originais do texto.

menina

Em 1954, num domingo, dia 14 de fevereiro, uma menina de 9 anos, estava na aula de catecismo e falou para a professora – Eu vi Nossa Senhora. A professora se mostrou incrédula, mas a menina persistia em sua afirmação.

A menina era Teresinha Venturini e a professora Maria Aparecida Menegatti. Local do acontecimento: Arraial de São Bento, ao lado da estrada de Tietê, em nosso município.

Diante das constantes afirmações da menina e depois de ter visitado, em companhia das demais alunas do catecismo, o local da aparição, a professora acabou acreditando na sinceridade de Teresinha.

A notícia começou a se espalhar. O Arraial de São Bento e a residência da menina se tornaram movimentados.

Dizia a menina que naquele domingo, dia 14, colhia goiaba em companhia de uma irmãzinha de 4 anos, no grande quintal de seu tio, quando notou que alguém se aproximava. Quis se afastar, mas ouviu uma voz: — Não tenha medo, Teresinha, eu sou Nossa Senhora, Mãe de Jesus.

Dizia mais Teresinha que Nossa Senhora ficaria no local da aparição apenas por alguns pedido que se fizesse ali uma capela, solicitando ainda a presença de dois conhecidos padres de Tietê. Outra solicitação de Nossa Senhora, segundo Teresinha, que se fizesse três rezas por dia, às 10, 15 e 19:30 horas.

Principalmente na reza das 10, já era grande o número de fiéis. Mas a Santa só aparecia para Teresinha e somente com ela falava. Foi até organizada uma lista de perguntas para a Santa, feita por um padre, e as respostas (um tanto confusas) vieram através de Teresinha.

Enquanto isso os acontecimentos do Arraial de São Bento mais se espalhavam, despertando grande interesse popular, principalmente depois de sua divulgação pelo Diário de Piracicaba, através de uma série de reportagens. Grande era a afluência do povo e de doentes ao local da aparição e à residência de Teresinha.

Contatado o pe. Mário, de Tietê (muito solicitado pela Santa, segundo Teresinha), disse ele que encarava os acontecimentos com prudência e era preciso “deixar passar o tempo para se poder verificar como o ambiente se define”.

D. Ernesto de Paula, bispo diocesano, disse que fatos como esse eram corriqueiros em todas as partes do mundo, mas precisavam ser encarados com prudência. A Igreja se conservava à margem e somente depois de muita persistência é que seriam estudados devidamente.

A menina continuava afirmando que via e conversava com a Santa, até quando ela deixou o local da aparição. Mas não houve milagres nem curas. O que houve foi aumento de afluência do povo e de doentes.

menina 1

Em fins de abril/54 a menina voltou a anunciar que Nossa Senhora voltaria ao local de aparição depois de 70 dias de sua partida. E em maio/54 Teresinha afirmou que a Santa reaparecera no dia 10 e se fora, sem promessa de nova aparição, três dias depois.

Nesse período já havia diminuído consideravelmente o número de visitantes, mas ainda compareciam muitas pessoas, até de outros municípios, principalmente interessadas em curas e na água de uma fonte que Teresinha afirmava ter sido benta pela Santa.

Depois disso não circularam mais notícias de novas visões da menina Teresinha. E o interesse popular também deixou de existir.

Deixe uma resposta