“Luciano ficou bravo: quem esse tar de teodolito pensa que é?”

O texto abaixo foi publicado em outubro de 1987 no semanário impresso A Província. Recuperamos para lembrar os 30 anos de atuação em Piracicaba.

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Na província tem contadores de causos que não acabam mais. É só parar numa esquina, num bar, ou numa praça, puxar um fio de conversa com os mais antigos, principalmente para ouvir coisas do arco-da-véia, envolvendo personalidades, moradores, pescadores, jornalistas. Tem gente que sabe causos aos montes. O advogado João Chiarini, por exemplo, sabe pelo menos 100, como os citados abaixo!

CIRCO NO PLENÁRIO 

Tem gente que chama a Câmara de Vereadores de circo. E não é pra menos. As coisas que, às vezes, acontecem por lá arrepiam os cabelos de qualquer cristão. Este causo quem contou foi o vereador Elias Domingos da Silva, pedessista roxo, e o mais antigo edil da terrinha.

Segundo ele, um certo vereador, que não quis identificar, sempre seguia a orientação de um amigo que acompanhava todas as sessões camarárias (este deve ser santo) na votação dos projetos polêmicos. O dedão para cima, era para aprovar;  para baixo era para rejeitar. O fato já era comum até que um dia o amigo do distinto edil saiu do plenário bem na hora da votação.

O presidente da Câmara continuou os trabalhos com a tradicional frase: “Sentados aprovam, em pé rejeitam”. Perdido, o nobre vereador olhou para um lado, olhou para o outro e não teve dúvidas: ficou de cócoras. Nem aprovou, nem rejeitou. Parece piada, não!

Mais engraçada que a ideia de se fazer urna prainha na rua do Porto, não é. A proposta foi do ex-prefeito Nélio Ferraz de Arruda, quando ele substituiu Luciano Guidotti, falecido. Pasmem! uma das principais obras dele foi a construção de uma praia na beira do rio. Colocou vários caminhões de areia e já esperava os turistas quando a enchente chegou primeiro e levou tudo rio abaixo.

E por falar no ex-prefeito Luciano Guidotti, Elias Domingos da Silva é quem conta; Quando o edifício Comurba, que estava em construção, desabou, mandaram vir um equipamento de São Paulo para medir o ângulo de inclinação do restante da construção que ficou em pé. O aparelho chamado teodolito, foi instalado no Fórum local, de onde seria feita a averiguação pelos técnicos. Quando avisaram o prefeito que o “teodolito” havia chegado de São Paulo e estava no Fórum, Luciano (que não perdia em nada para o Odorico Paraguaçu, de O Bem-Amado) emendou: “Cadê este tal de Teodolito que não vem aqui examinar o prédio? O que ele está fazendo lá no Fórum? O acidente aconteceu foi aqui…”.

 

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